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As razões da adversidade entre a Igreja e Galileu não são as que afirmam o senso comum, inclusive a história tradicional atual. Os relatos que nos passam dessa controvérsia é que a Igreja “temia” as teorias que demonstrassem oposição ao que era interpretado nas Escrituras. Ou seja, havia uma batalha entre Bíblia e Ciência.

Na verdade a Igreja não se importaria muito com os pontos de vista copernicano que Galileu advogava, desde que fossem difundidos apenas como hipóteses.

Segundo Virginia Stem Owens, “ o que a Igreja negava era que uma hipótese (que é, afinal de contas, apenas um modelo intelectualmente concebido), pudesse ser idêntica à verdade absoluta” (Owens, 1983:27). Prossegue Owens: “ o que se achava em questão não era uma nova teoria da Natureza, mas um nova natureza da Teoria. Quando os cientistas começaram a considerar seus modelos como se fossem a realidade, a Igreja lançou o peso de sua autoridade contra tal presunção intelectual” (Owens, 1983:27).

Só nos últimos 25 anos do século XIX, que autores como John William Draper (um físico interessado em história) e Andrew Dickson White, começaram a escrever que religião e ciência se achavam em conflito.

Stephen Gould falando sobre Dreper: “foi a primeira vez que uma figura influente explicitamente declarou que a ciência e a religião se achavam em guerra e alcançou um sucesso que poucos livros teriam conseguido. Fixou nas mentes educadas a ideia de que a ciência representava a liberdade e o progresso em conflito com a repressão e as superstições da religião. Seu ponto de vista se transformou em um conhecimento convencional (Gould, 1999:121).

Não há como negar que Galileu e a Igreja discordavam, mas a noção que a ciência e a fé estão inevitavelmente em conflito, é uma ideia recente que encontra Draper e White como os propagadores desse pensamento.


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