Woffhart Pannenberg alega que os pronunciamentos da ciência são em última análise de uma natureza filosófica e/ ou religiosa. As “crenças da ciência operam em um nível inconsciente e escapam à atenção dos próprios cientistas. Ciência e Religião encontram-se epistemologicamente relacionadas, principalmente quanto tentam dar significados a dados disponíveis e fornecer soluções para enigmas. Einstein disse que o fato de que o mundo da experiência de nossos sentidos seja compreensível, é um “milagre”!

Além do sentimento de maravilha (dimensão religiosa) que as Teorias científicas causam, elas possuem uma elegância, uma beleza que é persuasiva em sua verdade, gerando uma convicção que pode ser comparada a fé, portanto “sentimento” e “beleza” são características “extracientíficas” que evidenciam uma dimensão religiosa da ciência.

Quando a ciência articula elementos de origem e finalidade, mostra contornos religiosos, principalmente quando afirma um ponto de vista que se diz válido para descrever a realidade.

Um exemplo, seria a Teoria da Evolução querer responder sobre a origem primeira das coisas e seu destino final (coisa que já tem feito), portanto, cruzando a linha que a separa da Religião. Fato notado quando sai da aleatoriedade da seleção natural e embarca em teorias de cunho “extraterrestres”, tornando a seleção natural uma proposta determinada.

A ciência muitas vezes age de maneira metafíscia, só não tem é consciência disso, ou não admite essa maneira de agir.

Gilkey avalia a ciência como outra arena para o “sagrado”, que envolve tanto “intuição”, imaginação e percepção, quanto brilhantismo lógico, e por falar em intuição, fechamos a dimensão religiosa da ciência com as palavras de Capra que também é cientista:

“A parte racional da pesquisa seria de fato inútil se não fosse completada pela intuição que dá novas percepções aos cientistas e que lhes permite se tornarem “criativos”. Essas percepções tendem a surgir “repentinamente” e, de forma características, não aparecem quando o cientista se encontra em sua escrivaninha, trabalhando com equações, mas quando está descansando, tomando um banho, caminhando nos bosques, andando pela praia etc. Durante esses períodos de relaxamento, depois de uma atividade intelectual concentrada, a mente intuitiva parece tomar conta do cérebro e produzir as percepções súbitas e esclarecedoras que trazem tanta alegria e prazer à pesquisa científica” (Capra, 1983;39).

Mais aqui:

http://exateus.com/2015/08/01/a-suposta-neutralidade-da-ciencia/

http://exateus.com/2015/07/25/frases-de-cristaos-e-cientistas-famosos/


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