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Foi por volta de 1519 que os primeiros escritos de Lutero chegaram à Espanha, entre eles o seu comentário de Gálatas. Vindo dos Países Baixos, os livros dos reformadores iam penetrando na Espanha. Logo a Inquisição começou a tomar medidas para a destruição e proibição desses escritos.

Antes do final do reinado de Carlos V, algumas comunidades protestantes já existiam em Valhadolide e Sevilha. Juliano Hernandez o “Julianinho” foi um dos primeiros mártires que a Inquisição Espanhola abateu, fora levado várias vezes à câmara de torturas, não negou a sua fé e nem revelou o nome de seus irmãos. Depois de três anos de prisão e torturas, antes de ser levado à fogueira pronunciou as seguintes palavras:

“Coragem, camaradas! Esta é a hora em que devemos nos mostrar valentes soldados de Jesus Cristo. Demos fiel testemunho de sua fé diante dos homens e dentro de poucas horas receberemos o testemunho de sua aprovação diante dos anjos!”

Constantino Ponce de La Fuente, pregador da Catedral de Sevilha, era um estudioso das doutrinas protestantes. O convento de São Isidoro era outro centro de divulgação e estudos do protestantismo, com isso, os monges começaram a ler mais as Escrituras e dar menos atenção às rezas e ritos tradicionais. O protestantismo também chegou às freiras de Santa Clara e as cistercienses de São Belém.

Quando o protestantismo começa a chegar aos leigos das comarcas, prepara-se a tormenta, alertados, os monges de Santo Isidoro resolveram fugir para Genebra. Entre eles: João Perez, Cassiodoro de Reina e Cipriano de Valera, grandes tradutores e incentivadores da Bíblia na Espanha.

Centenas de pessoas em Sevilha e Valhadolide foram levadas às prisões da Inquisição, a guarda foi reforçada para que o povo não libertasse os presos. Constantino de La Fuente o Pregador de Sevilha, teve suas obras descobertas e estava entre esses presos, logo após em outras cidades, a Inquisição também prendeu várias pessoas.

Os processos inquisitoriais duravam por muito tempo, fazendo com que muitos morressem devido às más condições dos cárceres, antes mesmo de receberem o veredicto final. Um dos casos mais famosos foi o de Constantino que morreu de disenteria em uma prisão imunda, os inquisidores então inventaram a falsa história que ele teria se suicidado ingerindo vidros.

Numero de mortes:

1559 – Valhadolide – 27 pessoas mortas, 32 castigas publicamente

1559 – Sevilha – 21 pessoas mortas, entre elas 4 monges de Santo Isidoro que não haviam fugidos!

1560 – Sevilha – 14 pessoas mortas.

Durante os próximos dez anos, os autos de fé da Inquisição se multiplicaram e a cada ano houve pelo menos uma dúzia de pessoas mortas.

Houve também outras penas como confisco de bens, prisão perpetua, vestir sambenito etc. Desse modo, as mortes e punições aos luternos na Espanha foi bastante grande.

Muitos protestantes acabaram fugindo em meio às perseguições e fundaram várias igrejas protestantes espanholas em Amberes, Estrasburgo, Genebra, Hesse e Londres. Esses exilados traduziam a Bíblia para o Castelhano. Em 1602 Cassiodoro, um dos monges que haviam fugido, teve sua versão da Bíblia publicada, que chegou a ser a versão das Escrituras mais usada entre os protestantes espanhóis até recentemente.

Referência

História Ilustrada do Cristianismo. A Era dos Reformadores até a Era Inconclusa. Justo L Gonzales. Vida Nova.2011


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