Um adolescente cristão foi preso no Paquistão, acusado de blasfêmia, simplesmente por que clicou no botão “curtir” de uma foto “imprópria” da Kaaba no Facebook. O local é o ponto mais sagrado do mundo para os fiéis muçulmanos.
Nesta quarta-feira (20), Akhtar Ansari, representante da polícia, confirmou que um menino de 16 anos, cujo nome não foi revelado, está preso na cadeia da província de Punjab oriental.
Após um homem muçulmano reclamar às autoridades que o adolescente “curtiu” uma imagem que ele considerava blasfema. De acordo com o Christian Daily, o adolescente permanecerá na prisão aguardando seu julgamento.
As leis antiblasfêmia do Paquistão preveem que pessoas acusadas de insultar o Islã podem enfrentar desde prisão perpetua ou até uma sentença de morte. No entanto, elas são frequentemente usadas apenas para perseguir minorias.
Recentemente, a Comissão da ONU para Eliminação da Discriminação Racial recomendou que o Paquistão revogasse suas leis sobre blasfêmia. Em um relatório divulgado dia 26 de agosto, a Comissão observou que os incidentes de abuso dessas leis estão aumentando no país.
A denúncia internacional da Comissão sediada em Genebra é a alta incidência de falsas acusações, “sem investigações nem processos relacionados.” Também relatou que os juízes encarregados desses casos frequentemente são intimidados ou sofrem ameaças de morte.
Asia Bibi é caso emblemático
O caso mais emblemático do abuso das leis paquistanesas antiblasfêmia é o de Ásia Bibi, uma mulher cristã que desde 2010 enfrenta a dura realidade de ter hora marcada para morrer.
Seu crime, de acordo com as autoridades, foi “blasfemar contra o profeta Maomé”. Duas colegas de trabalho, após uma discussão foram a delegacia de polícia para acusar a mulher cristã de insultar o islamismo.
Após um processo longo, o Supremo Tribunal do Paquistão marcou para o mês de outubro a data para o último apelo contra a pena de morte. A pena relacionada a blasfêmia contra o islã tem chamado a atenção da mídia internacional.
O Centro Americano para Lei e Justiça, é uma dessas entidades, que mediante a circunstância da eminente execução da cristã paquistanesa, busca mobilizar cristãos do mundo todo no intuito de adquirir assinaturas para a sua libertação. Até o presente momento, mais de 400.000 assinaturas já foram recolhidas.
O advogado de Ásia Bibi confirma a data do último apelo contra a pena de morte. Esta execução poderá ser a primeira a ser realizada no Paquistão por crime de blasfêmia.
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