Por Jarbas Aragão / GospelPrime

O programa “Tá no Ar”, da rede Globo foi criado pelo humorista Marcelo Adnet dois anos atrás. É considerado por muitos o melhor programa de humor da TV abeta. Contudo, desde os primeiros episódios ele gera descontentamento nos evangélicos por satirizar suas crenças e maneira de ser.

O primeiro ataque foi em 2014, com a sátira da série americana “Friends”, rebatizado de “Crentes”. No quadro, os personagens com nomes bíblicos falavam de amenidades citando termos conhecidos entre os evangélicos como vigília e escola dominical. A letra-tema do seriado americano foi reescrita, dizendo “pago o dízimo, 10% para o pastor”.

Em fevereiro de 2015, uma esquete mostrava um comercial de um DVD infantil, chamado de Galinha Convertidinha. A personagem usava saia, camisa, óculos e um coque e cantava uma canção infantil falando de juízo final. Entre os personagens estava o “Cãozinho Pastor”, um pastor alemão vestido de terno e gravata que pedia dinheiro. Havia também a personagem “Ovelhinha de Jesus”, que era muito burra.

Um mês depois, o programa colocou a travesti Rogéria narrar a Bíblia. O quadro ganhou o nome de “A Bíblia Segundo Rogéria”, onde ela usa o vocabulário e gírias de homossexuais para contar histórias como de Adão e Eva e de Moisés.

Analisando o “Tá no Ar” em sua coluna, o jornalista Ricardo Feltrin chegou a escrever “Nunca um programa da emissora debochou tanto de religiões e, especialmente, da figura dos evangélicos e seus pastores”.

Ontem (16), o programa voltou a usar elementos conhecidos dos evangélicos para ridicularizá-los no quadro “Assembleia de Ateus”. O cenário mostra um local que lembra um templo, que implicitamente seria da Assembleia de Deus. Contudo, o pregador, interpretado por Adnet, imita o jeito característico dos pastores da Igreja Universal falarem.

Usando uma série de menções ao ateísmo, o texto do quadro propõe uma troca de expressões comuns para os evangélicos por “equivalentes” ateístas. Por exemplo, o “aleluia” foi substituído por “eureca”. As orações terminam com “Em nome de Darwin, de Newton e de Albert Einstein” e o amém virou “a Nietzsche.”

O pretenso pastor chama as pessoas para “louvar a ciência e dar uma salva de palmas para o acaso”. A pintura no teto do templo, ao invés de imagens religiosas, tinha uma tabela periódica dos elementos químicos.

No lugar da Bíblia, é feita a leitura da “Segunda lei de Newton”. O quadro finaliza com um “período de louvor”, só que a Darwin e não a Jesus.

Nas redes sociais uma página ateísta compartilhou o vídeo, tendo mais de 200 mil visualizações em menos de 24 horas. Os comentários deixam claro que os evangélicos consideram esse tipo de provocação uma forma ofensiva de humor.


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