Erasmo de Roterdã, o mais famoso humanista da época, via com simpatia o começo da reforma protestante. Mas depois das rebeliões de protestantes mais exaltados e da dura resposta de Lutero sobre eles, começou a ter repugnância de todo esse movimento.
Como católico moderado, Erasmo evitou contender diretamente com Lutero, pois seu espírito pacifista repugnava controvérsias. Porém a pressão sobre católicos moderados, crescia e cada vez mais ficava difícil evitar o rompimento com um ou outro lado.
Erasmo fora sempre um bom católico, mesmo que não concordasse com a ignorância e a corrupção do clero. Então, quando se viu obrigado a decidir, acabou optando pela religião tradicional. Erasmo foi sábio nessa discussão, ao invés de atacar Lutero no que se referia às indulgências, ao sacrifício da missa e/ou a autoridade do papa, o humanista holandês escolheu para a batalha com Lutero, a questão do Livre Arbítrio.
Lutero x Erasmo: Livre Arbítrio x Predestinação
A doutrina da Justificação pela fé de Lutero e seus estudos de Agostinho e Paulo, levaram Lutero a abraçar a doutrina da Predestinação. Nesse ponto, Erasmo escreveu um tratado sobre o Livre-arbítrio atacando a Predestinação.
Lutero respondeu com a rispidez de veemência de sempre, embora, também agradeceu a Erasmo por não ter focado em questões periféricas como a venda de indulgências, as relíquias dos santos etc. Para o reformador alemão, a ideia que os filósofos tinham do livre-arbítrio humano e que era comum entre os moralistas de então, não se precavia do poder do pecado.
O pecado humano é tão forte que não temos poder para livrar-nos dele. Apenas pela a ação de Deus é que podemos ser justificados e libertos do poder do maligno. Mesmo assim, continuamos sendo pecadores. Portanto, nossa vontade nada pode por si mesma quando se trata de obedecer a Deus.
Essa contenda entre Lutero e Erasmo com respeito ao Livre – Arbítrio e a Predestinação fez com que muitos humanistas abandonassem a causa luterana. Mas outros, como Filipe Melanchthon, continuaram do lado de Lutero mesmo sem romper relações cordiais com Erasmo.
Reforma Humanista de Erasmo de Roterdã Frustrada
No entanto, esses eram poucos, e, certamente, pode-se dizer que a controvérsia entre Erasmo e Lutero sobre o Livre Arbítrio, marcou o rompimento definitivo entre a reforma Luterana e a Humanista. Erasmo do seu gabinete, continuou pedindo moderação, a reforma no estilo humanista e a volta às virtudes dos estoicos e platônicos de antigamente.
Ninguém dava ouvidos a Erasmo e na verdade, este não percebera a profundidade das questões em debate, e a reforma humanista porque ele tanto ansiava não ocorreu. Seu sonho, como tantos outros antes, foram frustrados.
Referência do Artigo Erasmo de Roterdã e Lutero: Rompimento e Reforma Protestante
História Ilustrada do Cristianismo: Lusto L Gonzalez. Vida Nova. Volumes 1 e 2
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