Desde o Papa Eugênio IV que se ocupou em embelezar a cidade de Roma, passando pelo período da Reforma Protestante, o pontificado romano encarnou os ideais que a Renascença defendia. Quase todos eram amantes das belas artes, e não mediam esforços para trazer os melhores artistas e dotar a cidade de Roma de palácios, igrejas e grandes monumentos. Muitos também tinham amor pelas letras e enriqueceram as bibliotecas do Vaticano. Porém, poucos deles, se preocuparam com a Reforma da Igreja. Quase todos se perderam no amor pelo luxo, pelo poder despótico e pelos prazeres sensuais: Vejamos uma breve história de alguns deles:
Nicolau V ( 1447-1455) Sucedeu a Eugênio IV – Tinha por meta fazer de Roma a capital intelectual da Europa, trazendo os melhores pintores e autores para a cidade. Sua biblioteca pessoal chegou a ser uma das maiores no século XV. Fortificou os muros da cidade e expulsou os seus opositores. Tentou organizar uma cruzada contra os turcos mas não obteve êxito, quanto à Reforma da Igreja, ele não fez nada.
Calisto III, sucessor de Nicolau V, foi o primeiro papa dos Bórgia. Sonhava em ser um grande príncipe secular, pretendia unir a Itália para empreender uma cruzada contra os turcos, tendo se dedicado mais à guerra do que com suas responsabilidades religiosas. Foi no seu pontificado que o nepotismo começou a se intensificar tornando endêmico. Tornou Cardeal seu neto Rodrigo, a quem seria mais tarde o infame Alexandre VI.
Piu II, foi o último do período a manter uma certa dignidade no cargo de Papa. Devido a ameaça dos turcos, também tentou organizar uma cruzada. Embora não tenha feito nada de extraordinário no seu pontificado, também não cometeu grandes erros ou absurdos.
Paulo II- oportunista, seu principal interesse era acumular riquezas, em particular jóias e obras de arte, era pomposo, amante do luxo. Mesmo sendo papa, manteve suas concubinas, que a corte também não reprovava. Mandou restaurar os arcos do Triunfo dos imperadores Tito e Sétimo Severo, e a estátua de Marco Aurélio. Morreu jovem de apoplexia, em conseqüência de seus excessos sexuais, de acordo com os relatos de cronistas da época.
Sisto IV – Comprou os cardeais com promessas e presentes e assim assumiu o papado. Durante seu pontificado o nepotismo e a corrupção chegaram a níveis alarmantes. Sua maior preocupação era enriquecer a sua família, em particular os cinco sobrinhos. Um deles mais tarde seria o papa Júlio II. Toda Itália foi envolvida em guerras cujo o único objetivo era enriquecer os sobrinhos do papa. Esse papa chegou a excomungar toda a cidade de Florença por causa de uma trama feita por um de seus sobrinhos contra um dos Médici, também impôs o monopólio do trigo em todos os territórios papais onde os melhores pães iam para as arcas papais e o povo recibia o pão que o diabo amassou. Apesar de tudo isso, a história conhece Sisto IV como o mecenas que mandou edificar a Capela Sistina, assim chamada em sua homenagem.
Inocêncio VIII – Depois de eleito, quebrou a jura que não nomearia mais de um cardeal de sua família e que poria a sé romana em ordem. Alegou que o poder do papa era supremo, e por isso não precisava se sujeitar a nenhuma promessa. Foi o primeiro papa a reconhecer seus vários filhos ilegítimos, que cobriu de honras e riquezas. Com ele a venda de indulgências se tornou um negócio lucrativo e vergonhoso sob a liderança de um de seus filhos. Em 1884 queimou centenas de mulheres sob acusação de bruxaria. Essa foi sua medida para reformar a vida religiosa.
Rodrigo Bórgia – Também comprou os cardeais e foi eleito papa, com o nome de Alexandre VI.Com ele o papado chegou no ponto culminante de sua corrupção. Com ele o povo lamentava: “Alexandre joga fora as chaves, os altares e até o Cristo. No fim das contas ele tem esse direito, pois os comprou”. Suas concubinas que também eram esposas de seus subalternos, deram-lhe filhos que Alexandre reconheceu como tais. Os mais famosos foram César e Lucrécia Bórgia. Mesmo não se tendo certeza de todos os crimes e incestos que contam dessa família, a corrupção sem limites e as guerras que essa família causou, banharam a Itália em sangue e mancharam o papado como nunca antes.
A Reforma Protestante irrompe no pontificado de Leão X. Seu grande sonho foi completar a basílica de São Pedro, por esse motivo e por motivos militares intensificou a prática das indulgências.
Referência
História Ilustrada do Cristianismo. A Era dos mártires até a Era dos Sonhos Frustrados. Justo L. González. Vida Nova.
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Papa Gregório, o Grande: Da grandeza política à baixeza do Purgatório! · 01/02/2020 às 09:31
[…] I é considerado um dos maiores Papas de todos os tempos. Nasceu em Roma por volta do ano 540. A Roma em que Gregório cresceu vivia […]