Papa Pio XI (1922-1939) que era muito preocupado com o Comunismo e sua postura ateísta, não manifestou a mesma preocupação perante o fascismo até porque o fascismo na época se tornou o maior inimigo do comunismo.
O fascismo tinha também os mesmos princípios da Encíclica de Pio XI Silabo de Erros, que eram: Compreensão hierárquica da sociedade, forte sentido de autoridade e Estado voltado para a imposição de padrões morais. Como o fascismo italiano no começo favorecia o catolicismo, o Papa estava bastante satisfeito nessa parceria.
Em 1929, a Itália reconhecia a existência de um Estado Soberano, a “Cidade do Vaticano”, por sua vez Pio XI reconhecia o reino da Itália como Estado legítimo tendo a capital em Roma. Posteriormente, o Papa entrou em conflito com o fascismo italiano e passou a condenar Hitler nos primeiros estágios de sua ascensão ao poder.
No entanto, mais tarde, o papa atenuou sua postura contra o regime nazista e até apoiou a ditadura de Franco na Espanha. Em território Alemão, o medo do Comunismo e do liberalismo inclinara muitos católicos ao nazismo crescente. Em 1933, o partido político liderado por Monsenhor kaas deu a Hitler a maioria necessária para obter a posse absoluta do governo. Pouco depois, os bispos se reuniram em Fulda e fizeram uma retratação das críticas feitas ao nazismo.
Em Roma, Pio XI e o cardeal Pacelli – mais tarde Pio XII, estabeleceram um acordo com Hitler assinando uma concordata que a comunidade internacional entendeu como uma aprovação condicional do nazismo pelo Vaticano. O Papa demorou alguns anos para perceber os perigos do nazismo, que enxergava como uma opção aceitável ao comunismo.
Em 1937, Papa Pio XI publicou duas encíclicas, uma contra o comunismo e outra contra o nazismo. Na Mit brennender Sorge, o Papa declarava que o nazismo era uma nova forma de paganismo e acusava Hitler de não cumprir a concordata de 1933.
Na Itália, o fortalecimento dos vínculos entre Hitler e Mussolini e os constantes embates com o fascismo, levaram o Papa a preparar um duro discurso condenando algumas ações do regime de Mussolini, sem contudo, cortar relações. Pio XI morreu antes de terminar a execução de seu discurso.
A eleição para o sucessor de Pio XI durou apenas um dia e elegeu o cardeal Pacelli como novo Papa. Pacelli assumiu o nome de Pio XII em homenagem ao seu mestre. Com experiência na diplomacia, pendendo ao nepotismo, com visão autoritária e clerical da Igreja, Pio XII era também um religioso que passava horas em preces, possuindo um magnetismo pessoal que encantava a muitos.
Tentou sem sucesso evitar a 2ª Guerra Mundial, quando a guerra iria estourar, tentou manter a Itália fora do conflito, mas também não conseguiu. Iniciado o conflito, tentou manter uma postura de neutralidade, esperando servir de mediador no momento certo. As atrocidade nazistas contra os judeus renderam duras críticas à postura de neutralidade do Papa.
No entanto, não ficou calado frente às barbaridades nazistas contra os católicos na Polônia. Pio XII era mais um representante da tendência básica tridentina de proteger a igreja a todo custo, buscando para ela Poder, submetendo as outras questões à essa disposição.
Com o papa deixando a desejar frente á perseguição aos Judeus na Alemanha e no resto da Europa, muitos católicos arriscaram a vida e a liberdade para salvá-los. O Papa tinha conhecimento desses grupos de católicos que agiam na clandestinidade auxiliando os judeus em suas fugas. A comunidade judaica internacional reconhece que havia muitos católicos que chegaram ao heroísmo na ajuda aos perseguidos durante a II Guerra Mundial.
Fonte:
História Ilustrada do Cristianismo. Justo L. González
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