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Papa Gregório o grande

Gregório I é considerado um dos maiores Papas de todos os tempos. Nasceu em Roma por volta do ano 540. A Roma em que Gregório cresceu vivia sitiada pelos exércitos Godos, Lombardos e pelos próprios Generais de Constantinopla que tanto defendiam quanto tomavam a Cidade. Com tantas batalhas, muitos dos velhos monumentos de Roma foram destruídos, os aquedutos foram abandonados e inundações traziam epidemias para os moradores.

Antes de ser Papa, Gregório chegou a ser prefeito , depois decidiu ser monge e foi embaixador do Papa Pelágio durante seis anos na corte de Constantinopla. Ao retornar ajudou o seu antecessor à reorganizar a Cidade e mantê-la limpa perante às invasões, a peste e as inundações. Com a morte de Pelágio pela própria peste, depois de alguma relutância, e com o aval do povo e do Clero, Gregório assumiu o Papado.

Uma de suas primeiras medidas como Papa foi convocar toda a população da cidade para uma grande procissão de penitência, para pedir a Deus o perdão dos pecados e o fim da Praga. Conta-se que a Praga cessou e que Gregório fez um excelente sermão nesse dia.

Depois organizou a distribuição de alimentos aos necessitados, reconstruiu os aquedutos e as fortificações, organizou novamente as guarnições de soldados. Perante um novo ataque dos Lombardos e sem a ajuda dos exércitos de Constantinopla, Gregório se vu obrigado a negociar diretamente com os invasores, como se ele fosse também o representante civil de Roma. Gregório sem o apoio do Império se viu muitas vezes obrigado a atuar por conta própria, e por isso ele é considerado como o fundador do poder temporal do papado.

Papado e Pregação

O Papado possuía uma série de territórios que recebiam o nome de “patrimônio de São Pedro”. O território compreendia  igrejas e palácios de Roma, seus arredores e terras que iam da Itália até a África. Gregório pôs as riquezas dessas terras em prol de alimentar o povo de Roma. Com o passar do tempo os sucessores de Gregório ficaram sendo os governantes da Cidade de Roma e arredores,  e algum tempo depois, um documento conhecido como Doação de Constantino fora forjado com o conteúdo de uma suposta doação desses territórios pelo Imperador aos sucessores de Pedro.

Além da Política, Gregório dava muito valor à Pregação, proibiu luxos e adotou medidas em prol do celibato eclesiástico que muitos não cumpriam. Suas tentativas de reformas eclesiásticas em outras regiões do  Império não tiveram muito sucesso,tentou, mas não conseguiu  acabar com o Donatismo na Igreja  Africana, e apesar do prestigio político entre os Francos, não conseguiu impedir os governantes de nomearem bispos para a Igreja.

Gregório produziu numerosos sermões e cartas, não foi um pensador de altas esferas,  conformava-se em ser um porta voz da antiguidade cristã, era discípulo fervoroso dos Escritos de Agostinho. Apesar de sua erudição na patrística, conviveu em uma época de ignorância e em certo grau aceitou participar dela. Considerava Agostinho infalível, e o que para o bispo de Hipona não passava de conjecturas, para Gregório passou a ser certeza.

O Purgatório

Agostinho se aventurou a dizer que talvez existisse um lugar onde os que morressem ainda em pecados, tivessem que passar por um processo de purificação antes de adentrarem ao Paraíso. Baseado nessa suposição de Agostinho, Gregório declara que verdadeiramente existe esse lugar, e começa a desenvolver a doutrina do Purgatório.

Gregório ensina que damos satisfação a Deus pelos pecados que cometemos, através de penitências que consistem em arrependimento, confissão e pena ou castigo. Com a absolvição sacerdotal, Deus confere o perdão ao penitente. Os que não fizeram suficiente penitencia por seus pecados, vão para o purgatório, onde passam por algum tempo antes de entrarem no céu. As missas oferecidas em seus nomes,  ajudam os mortos a saírem do purgatório.

Na Aceitação de várias crenças, superstições e lendas de época, Gregório recheou as suas obras de narrações sobre milagres, aparições de defuntos, anjos e demônios. Com o decorrer do tempo, os escritos de Gregório passaram a ter a mesma autoridade que tinha os de Agostinho, foi aí que então boa parte das crenças populares do século VI foram incorporadas à doutrina cristã.

Na época da Reforma,o papado já estava tão deformado ou corrompido que  o lema dos vendedores de indulgências era: “Tão logo uma moeda na caixa cai, a alma do purgatório sai”.

Referência

História Ilustrada do Cristianismo. Justo L. González.


1 comentário

Os pais da Igreja eram católicos romanos? · 14/01/2020 às 22:08

[…] igreja Católica Romana inclui em suas atuais doutrinas a infalibilidade papal, dizendo que o mesmo é o herdeiro de Pedro e realiza um ministério ininterrupto em nome dele. […]

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