Esse Artigo traz relatos de perseguições e mortes causadas por católicos à protestantes na Itália do século XVII, retirados do famoso Livro dos Mártires.
O Papa Clemente VIII enviou missionários aos Vales de Piemonte, para induzir os protestantes a renunciar a sua religião. Estes monges erigiram mosteiros em várias partes do vales e causaram muitos problemas aos cristãos reformados.
Os missionários fizeram todo o possível para conseguir os livros dos protestantes, a fim de os queimarem. Os reformados, por isso, emprenharam-se para escondê-los. Os monges, então escreveram ao duque de Sabóia, que, para castigar os protestantes pelo horrendo crime de não entregarem as suas Bíblias, livros de oração e tratados religiosos, enviou vários soldados para que revistassem as suas casas. Estes militares causaram grandes estragos nas residências dos reformados, e destruíram tamanha quantidade de alimentos e bens que muitas famílias ficaram completamente arruinadas.
Diante desta perseguição, os monges contrataram sequestradores para roubar os filhos dos protestantes, a fim de criá-los secretamente como católicos; arrebatavam as crianças dos reformados à força, e caso encontrassem qualquer resistência, assassinavam os pais.
Assembleia Geral dos Católicos
Para dar maior força à perseguição, o duque de Saboia convocou um assembléia geral dos nobres católicos na qual se promulgou um solene edito contra os reformados, que continha muitos artigos e incluía várias razões para extirpar os protestantes, entre as quais estavam as seguintes:
1. Pela preservação da autoridade papal
2. Para que toda a renda eclesiástica estivesse sujeita a uma única forma de governo
3. Em hora a todos os santos e às cerimônias da Igreja de Roma
Aos protestantes, foram estipulado um prazo de três dias, para que deixassem o Vale, sob risco de morte e confisco de bens, a não ser que se convertessem ao catolicismo.
No dia assinalado, os papistas expulsaram as pessoas de suas moradias, muitos morreram na fuga devido à dureza do clima, ou por falta de alimento. Alguns que se atrasaram depois de execução do edito encontraram um tratamento ainda mais duro, assassinados pelos papistas, ou mortos a tiros pelas tropas aquarteladas nos vales.
Relatos de algumas das mortes cruéis de protestantes
Sara Rastignole des Vignes, uma mulher de sessenta anos, presa por alguns soldados, recebeu a ordem de rezar a alguns santos; ao recusar; cravaram-lhe uma foice no ventre, destriparam-na e em seguida, cortaram-lhe a cabeça.
Marta Constantine, uma formosa jovem, foi tratada com grande indecência e crueldade por vários soldados, que primeiro a violentaram e a seguir a mataram, cortando-lhes os seios.
Pedro Symonds, um protestante de oitenta anos foi amarrado pelo pescoço e pelos calcanhares e lançado de um precipício.
Esay Garcino foi cortado em pedaços.
Armanda foi esquartejada e seus membros pendurados sobre um valado.
Magdalena Bertino, uma mulher protestante de La Torre foi totalmente despida, amarraram a sua cabeça entre as pernas e a jogaram-na em um precipício.
Ana Charboniere teve o corpo traspassado por um estaca e, em seguida, foi fixada no solo, para que morresse assim.
Giovanni Pelanchion, por recusar a tornar-se papista foi amarrado por uma perna à cauda de uma mula e, arrastado pelas ruas de Lucerna. A seguir, levaram-no ao rio onde cortaram-lhe a cabeça e a deixaram junto com o seu corpo sem sepultura.
Magdalena, filha de Pedro Fontaine, uma formosa menina de dez anos de idade, foi violentada e assassinada pelos soldados.
Jacob Michelino, principal presbítero da Igreja de Bobbio, e vários outros protestantes, foram pregados por meio de garfos fixados em seus ventres, e deixaram-nos expirar em meio às mais horrendas dores.
Giovanni Rostagnal, um venerável protestante de mais de oitenta anos de idade, foram cortados o nariz e as orelhas, e fizeram-no sangrar até a morte.
Muitos homens, mulheres e crianças foram lançados dos altos das rochas para serem completamente despedaçados.
Referência
O Livro dos Mártires. John Fox. Tradução: Marta Doreto de Andrade & Degmar Ribas Junior. CPAD.
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