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uma reunião do Concílio de Trento em uma basílica

O Concílio de Trento foi uma reunião da Igreja Católica que aconteceu entre 1545 e 1563, na cidade de Trento, na Itália. O objetivo do Concílio era reagir à Reforma Protestante, que havia contestado muitos dos dogmas e práticas católicas. O Concílio reafirmou a doutrina católica sobre temas como os sacramentos, a salvação, a autoridade papal, o culto aos santos, o celibato clerical, entre outros. O Concílio também aprovou medidas para reformar a disciplina e a educação do clero, combater a corrupção e a venda de indulgências, e fortalecer a unidade e a hierarquia da Igreja. O Concílio de Trento foi considerado o principal evento da Contrarreforma ou Reforma Católica, e teve grande influência na história e na cultura da Europa nos séculos seguintes.

Contexto histórico do Concílio de Trento

O Concílio de Trento foi convocado pelo papa Paulo III em 1545, em resposta à expansão da Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero em 1517. Lutero criticou a Igreja Católica por abusos como a venda de indulgências, que eram perdões concedidos pela Igreja em troca de dinheiro ou obras de caridade, que supostamente reduziam o tempo de purgatório das almas dos fiéis. Lutero também defendeu que a salvação era alcançada somente pela fé em Cristo, e não pelas obras ou pelos sacramentos. Além disso, ele negou a autoridade do papa e da tradição, e afirmou que somente a Bíblia era a fonte de revelação divina. Lutero traduziu a Bíblia para o alemão e incentivou a sua leitura e interpretação pelos fiéis. As ideias de Lutero se espalharam pela Alemanha e por outros países da Europa, dando origem a diversas denominações protestantes, como os luteranos, os calvinistas, os anglicanos, os anabatistas, entre outros.

A Igreja Católica, diante da ameaça de perder fiéis e poder, decidiu reagir à Reforma Protestante, convocando um concílio ecumênico, ou seja, uma reunião de todos os bispos da Igreja, para discutir e definir questões de fé e de moral. O Concílio de Trento foi o 19º concílio ecumênico da história da Igreja, e o mais longo e o mais importante da era moderna. O Concílio foi realizado em 25 sessões plenárias, divididas em três períodos: de 1545 a 1547, de 1551 a 1552, e de 1562 a 1563. O Concílio contou com a participação de cerca de 250 bispos, além de teólogos, cardeais, legados papais, e representantes de reis e imperadores. O Concílio foi conduzido por três papas sucessivos: Paulo III, Júlio III e Pio IV .

Decisões do Concílio de Trento

O Concílio de Trento tomou várias decisões importantes para a Igreja Católica, que podem ser resumidas em dois tipos: dogmáticas e disciplinares. As decisões dogmáticas foram aquelas que reafirmaram a doutrina católica sobre os pontos que haviam sido contestados pelos protestantes. As decisões disciplinares foram aquelas que buscaram reformar a vida e a conduta do clero e dos fiéis, corrigindo os abusos e os erros que haviam gerado a crise da Igreja. Vejamos algumas das principais decisões do Concílio de Trento:

  • O Concílio reafirmou que a fonte da revelação divina era composta pela Bíblia e pela tradição, e que somente a Igreja tinha a autoridade de interpretar as Escrituras. O Concílio também definiu o cânon bíblico, ou seja, a lista dos livros sagrados, incluindo os chamados deuterocanônicos, que os protestantes rejeitavam. Além disso, o Concílio instituiu o Index Librorum Prohibitorum, uma lista de livros proibidos pela Igreja por conterem doutrinas consideradas heréticas ou perniciosas .

 

  • O Concílio reafirmou que a salvação era alcançada pela graça de Deus, mas que esta graça deveria ser cooperada pelas obras e pelos sacramentos. O Concílio também reafirmou a doutrina do pecado original, que afetava toda a humanidade, e a necessidade do batismo para a remissão dos pecados. O Concílio ainda reafirmou a existência do purgatório, um estado de purificação das almas após a morte, e a validade das indulgências, que eram benefícios concedidos pela Igreja para reduzir o tempo de purgatório, desde que não fossem vendidas ou compradas .

 

  • O Concílio reafirmou que a Igreja era una, santa, católica e apostólica, e que o papa era o sucessor de Pedro e o chefe supremo da Igreja, com plena autoridade sobre os bispos e os fiéis. O Concílio também reafirmou que os bispos eram os pastores legítimos da Igreja, e que deveriam residir nas suas dioceses, visitar as paróquias, pregar o evangelho, e cuidar dos pobres e dos doentes. O Concílio ainda reafirmou que o clero deveria ser celibatário, e que deveria se abster de luxos, de cargos seculares, e de acumular benefícios eclesiásticos .

 

  • O Concílio reafirmou que os sacramentos eram sete: batismo, confirmação, eucaristia, penitência, unção dos enfermos, ordem e matrimônio. O Concílio também reafirmou a doutrina da transubstanciação, que afirmava que o pão e o vinho se transformavam no corpo e no sangue de Cristo na missa. O Concílio ainda reafirmou a indissolubilidade do matrimônio, e proibiu o divórcio e o casamento de católicos com protestantes .

 

  • O Concílio reafirmou o culto aos santos, às relíquias e às imagens, como formas de veneração e de intercessão, e não de adoração, que era devida somente a Deus. O Concílio também reafirmou a importância da Virgem Maria, como mãe de Deus e dos fiéis, e a sua mediação junto a Cristo. O Concílio ainda reafirmou a validade das orações pelos mortos, especialmente a missa, como forma de auxiliar as almas do purgatório .

 

  • O Concílio aprovou medidas para reformar a educação e a formação do clero, criando os seminários, que eram instituições destinadas a preparar os candidatos ao sacerdócio, ensinando-lhes teologia, filosofia, direito canônico, línguas, entre outras disciplinas. O Concílio também aprovou medidas para reformar o ritual da missa, padronizando-o em latim, e eliminando as variações locais. O Concílio ainda aprovou medidas para reformar a liturgia, os livros sagrados, e a música sacra, buscando maior uniformidade e solenidade .

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