Depois de muito relutar, Martinho Lutero, chega à conclusão que era legítimo pegar em armas para a defesa própria do povo protestante alemão contra o poderio do Imperador Carlos V que era católico. Os territórios protestantes formam então a União de Esmalcalda, cujo o propósito era fornecer resistência ao edito imperial de Carlos V, caso ele quisesse impô-lo pelas armas.
Carlos V havia dado um ultimato para os protestantes voltarem à fé católica. A luta prometia ser árdua quando fatores externos atrapalharam os planos do Imperador. Francisco I da França se fortalecia novamente e queria Guerra, e os turcos queriam invadir o Território de Carlos.
Diante dessas ameaças, firmou-se então um acordo de paz, pois o Imperador precisaria também do apoio protestante nesses embates. A esse acordo de paz deu-se o nome de Paz de Nuremberg que foi firmada em 1532.
O Enfraquecimento da Liga da Esmalcalda
A bigamia de Filipe de Hesse
O primeiro grande golpe na Liga foi a bigamia de Filipe de Hesse. Esse chefe da Liga era tido como um homem digno e dedicado à causa protestante por isso sentia grandes remorsos por não conseguir levar uma vida marital com sua esposa de vários anos e tão pouco conseguia ser casto.
Atormentado por seus apetites sexuais, Filipe se aconselhou com os principais chefes da Reforma: Lutero, Melanchton e Bucero que concordaram com a visão que as Escrituras não proibiam a Poligamia. Portanto, concluíram erroneamente que Filipe podia tomar um a segunda esposa sem abandonar a primeira, contanto que isso não fosse público.
Contudo, quando isso foi descoberto, tornou-se um escândalo que respingou tanto nele quanto nos seus conselheiros, fazendo com que vários membros da Liga da Esmalcalda, pedissem a destituição de Filipe como chefe, o que deixou a liga sem liderança
O segundo grande golpe na Esmalcalda foi a não adesão à mesma pelo duque Maurício da Saxônia. Mauricio era protestante mas fazia sua própria política e estava disposto a tomar o partido do Imperador em troca de certas concessões que este lhe prometera.
A Morte de Martinho Lutero em 1546 foi um terceiro grande golpe na Liga. Lutero era o único líder capaz de unir os protestantes em torno de uma só bandeira. Sua morte logo depois da bigamia de Filipe de Hesse, deixou o partido protestante meio sem rumo tanto na política como eclesiasticamente.
Aproveitando o enfraquecimento da Liga, Carlos V, invadiu os Territórios protestantes com a ajuda do duque Mauricio e fez prisioneiros Filipe de Hesse e João Frederico, da Saxônia (sucessor de Frederico o Sábio).
O Ínterim de Augsburgo
Mesmo com a vitória militar, o imperador sabia que não podia impor sua vontade acerca de questões teológicas e assim contentou-se em promulgar o Ìnterim de Augsburgo composto por teológos protestantes e católicos . Carlos V esperava impor na Alemanha uma reforma semelhante a que estava acontecendo na Espanha em que se tentava eliminar as práticas abusiva e corruptas do Clero mas que se mantinha a religião católica com a primazia no reino.
Porém nem os católicos e nem os protestantes estavam a favor do Imperador legislar sobre questões da consciência. Vários dos principais chefes protestantes se negaram a aceitar o Ínterim. Por fim os teólogos de Wittenberg tendo Melanchthon como líder, aceitaram um versão modificada o Ínterim de Leipzig.
A Derrota de Carlos V
Não demorou muito e os protestantes começaram um levante contra Carlos V. Desta vez Mauricio da Saxônia não ficou ao lado do Imperador pois não havia recebido o prometido. Quando a revolta começou, o Imperador achou-se desamparado tendo as tropas francesas também invadido suas possessões do outro lado o reino.
Contando com pequeno contingente de combatentes, as tropas do Império fugiram e por pouco o próprio Carlos V não caia nas mãos de Mauricio da Saxônia que detinha vários lugares estratégicos na guerra. O irmão de Carlos V, agora em exílio, ficou responsável pelos assuntos da Alemanha, e através do Tratado de Passau devolveu a liberdade a Filipe de Hesse e a João Frederico da Saxônia garantindo a liberdade de culto por todo império.
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A Guerra de Esmalcalda e o ínterim de Augsburgo — Exateus | · 23/08/2022 às 08:23
[…] A Guerra de Esmalcalda e o ínterim de Augsburgo — Exateus […]