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Agostinho era um promissor orador jovem de Hipona no norte da África que procurava galgar espaço no cenário político de Roma no fim do século IV. Conseguiu atingir certo sucesso. Depois de pouco tempo em Roma, foi lhe oferecido o cargo de orador público em Milão. Agostinho aceitou a oferta com entusiasmo, já que Milão também era uma grande metrópole.

Quando mais garoto, Agostinho se envolveu com uma seita chamada maniqueísmo, que se propunha explicar os mistérios da vida, bem como os temores e esperanças do seres humanos. A seita apesar de alguns pontos de contato com o Cristianismo, era totalmente oposta em outros, pregava, por exemplo, que o Deus do antigo testamento era diferente do Deus do Novo Testamento, sendo aquele cruel e maligno, responsável pelo mal e sofrimento do mundo. O Deus do Novo Testamento era superior ao do Velho Testamento, pois era amoroso, bondoso e misericordioso.

A visão que Agostinho possuía da fé cristã era influenciada em grande parte pelas idéias do maniqueísmo. A sua rejeição ao Cristianismo na mocidade, portanto, era baseada em uma visão distorcida e falsa da doutrina cristã, mas ele não sabia disso, como hoje, muitos ateus  não conhecem verdadeiramente o cristianismo e o criticam.

Em Milão, Agostinho ficou sabendo que Ambrósio, o bispo do lugar, tinha fama de ser um excelente orador. Decidiu verificar se Ambrósio era tudo aquilo mesmo que diziam. Todos os domingos, entrava despercebido na Igreja e ouvia as pregações do bispo. No inicio tinha apenas interesse profissional pelos sermões de Ambrósio, gradativamente, no entanto, o conteúdo das mensagens começava fervilhar em seu coração.

Diz Agostinho:

“Junto com as palavras que me deleitavam, iam-se também infiltrando no meu espírito os ensinamentos que desprezava. Já não os podia discernir uns dos outros. Enquanto abria o coração para receber as palavras eloquentes, entravam também de soslaio, pouco a pouco, as verdades que ele pregava”.

Ambrosio limitou-se simplesmente a pregar o evangelho regularmente, não conhecia a história de Agostinho, ainda que não ignorasse sua presença na igreja. A pregação do evangelho nunca volta vazia, e pode render frutos surpreendentes.

“Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?

E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas.” Romanos 10:14,15

 

Referência

Apologética cristã no século XXI. Alister McGrath


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