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Bolsonaro evangelizando os índios

Antes de tudo, quero dizer que sou totalmente a favor da evangelização dos índios. O Evangelho é a Palavra da Verdade e a Verdade Liberta. Moro perto de aldeias aqui no meu Estado, e sabemos de relatos de como o Evangelho deu qualidade de vida aos indígenas. Práticas milenares que iam de encontro à saúde física e psíquica dos índios foram abolidas pelos próprios depois que entraram em contato com a Palavra do Mestre.

Mas, todavia, contudo, entretanto… Jair Bolsonaro nunca escondeu o que pensa dos povos indígenas. O presidente já comparou os brasileiros que vivem em áreas demarcadas a “animais no zoológico”. Há duas semanas, disse que eles “estão evoluindo”. “Cada vez mais, o índio é um ser humano igual a nós”, afirmou.

Ontem o governo passou da retórica à ação. De manhã, o “Diário Oficial” confirmou a entrega de um cargo-chave da Funai a um missionário evangélico. À tarde, o presidente assinou projeto que libera a extração de minério em terras indígenas.

Ligado a uma organização americana, o evangelizador Ricardo Lopes Dias assumirá o setor de proteção aos índios isolados. Para permitir sua posse, a Funai mudou a regra que reservava o cargo a servidores de carreira.

Pastor Ricardo Lopes Dias trabalhou em missão evangelizadora americana criticada por caciques do Amazonas.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) afirma que a nomeação de um teólogo e missionário para a coordenação de índios isolados na Fundação Nacional do Índio (Funai) cede a interesses evangélicos e afronta a Constituição ao minar uma política laica para com os povos indígenas.

A Apib, que congrega oito organizações regionais, é coordenada pelas lideranças indígenas Sonia Guajajara, Paulo Tupiniquim, Eliseu Guarani-Kaiowá, Alberto Terena a e Kretã Kaingang.

Nota da Apib:

“Denunciamos, mais uma vez, o rápido desmonte das políticas públicas direcionadas aos povos indígenas por parte do governo Bolsonaro, por meio da submissão da política indigenista a interesses de grupos religiosos que dão suporte ao seu governo e, em muitos casos, a grupos ruralistas interessados pelas terras tradicionalmente ocupadas por esses povos”, diz o documento. Com informações de:

Diário do Centro do Mundo

Folhape

 


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