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Romanos 7.19

O versículo 19 do capítulo 7 da carta de Paulo aos Romanos diz: “Pois o bem que quero, não faço; mas o mal que não quero, isso faço”.

Esse versículo expressa o conflito interno que o apóstolo experimentava entre o seu desejo de obedecer a Deus e a sua tendência de pecar.

Esse conflito é comum a todos os cristãos que vivem sob a graça de Deus, mas ainda lutam contra a sua natureza pecaminosa.

O contexto de Romanos 7

Para entender melhor o significado de Romanos 7:19, é preciso considerar o contexto em que ele está inserido. No capítulo 6, Paulo explica que os cristãos morreram para o pecado e estão vivos para Deus em Cristo Jesus (Rm 6:11).

Isso significa que eles não estão mais sob a condenação da lei, mas sob a libertação da graça (Rm 6:14).

Porém, isso não implica que eles possam viver como bem quiserem, pois eles se tornaram servos de Deus e devem apresentar os seus membros como instrumentos de justiça (Rm 6:13, 22).

No capítulo 7, Paulo usa uma analogia do casamento para ilustrar a relação dos cristãos com a lei.

Assim como uma mulher está ligada ao seu marido pela lei enquanto ele vive, mas fica livre para se casar com outro se ele morre, os cristãos estavam ligados à lei enquanto viviam na carne, mas ficaram livres para se unirem a Cristo quando morreram para a carne (Rm 7:1-4).

A lei, por si mesma, é santa, justa e boa, mas ela revela o pecado e desperta as paixões pecaminosas nos seres humanos (Rm 7:7, 12). Por isso, a lei não pode salvar ninguém, mas apenas condenar (Rm 7:10).

O conflito de Romanos 7:14-25

A partir do versículo 14, Paulo descreve a sua própria experiência como um cristão que reconhece a superioridade da lei de Deus, mas que se sente incapaz de cumpri-la.

Ele usa a primeira pessoa do singular (“eu”) para enfatizar a sua identificação com os seus leitores, que também passavam pelo mesmo dilema.

Ele afirma que o problema não está na lei, mas nele mesmo, que é carnal, vendido sob o pecado (Rm 7:14). Ele confessa que não entende o seu próprio comportamento, pois faz o contrário do que quer e do que sabe que é certo (Rm 7:15).

Ele concorda com a lei de Deus em sua mente, mas encontra outra lei em seus membros, que o leva à escravidão do pecado (Rm 7:16-23).

É nesse contexto que ele declara: “Pois o bem que quero, não faço; mas o mal que não quero, isso faço” (Rm 7:19).

Essa frase resume o seu conflito entre o querer e o fazer, entre a sua vontade e a sua ação, entre a sua nova natureza em Cristo e a sua velha natureza na carne.

Ele reconhece que o pecado habita nele e que em sua carne não há bem algum (Rm 7:17-18). Ele admite que é miserável e que precisa de libertação (Rm 7:24).

A solução de Romanos 7:25

A solução para o conflito de Paulo não está em si mesmo, mas em Deus, por meio de Jesus Cristo. Ele exclama: “Graças a Deus, por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 7:25).

Ele sabe que somente Cristo pode livrá-lo da condenação do pecado e da morte, e que somente o Espírito Santo pode capacitá-lo a viver uma vida de santidade e obediência a Deus.

Ele sabe que a sua salvação não depende das suas obras, mas da graça de Deus, que o justifica pela fé em Cristo (Rm 3:21-26).

No capítulo 8, Paulo desenvolve essa solução, mostrando que os cristãos não estão mais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita neles (Rm 8:9).

Ele afirma que o Espírito é quem dá vida, liberdade e esperança aos filhos de Deus, que são guiados por ele e que têm o seu testemunho em seus corações (Rm 8:2, 11, 14-16, 23-25).

Ele assegura que nada pode separar os cristãos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8:31-39).

A aplicação de Romanos 7:19

O versículo 19 de Romanos 7 nos ensina algumas lições importantes para a nossa vida cristã. Em primeiro lugar, ele nos mostra que a nossa luta contra o pecado é real e constante, e que não devemos nos iludir pensando que somos perfeitos ou que podemos nos acomodar com o mal.

Em segundo lugar, ele nos revela que a nossa força e a nossa vontade não são suficientes para vencer o pecado, e que precisamos reconhecer a nossa dependência de Deus e da sua graça.

Em terceiro lugar, ele nos aponta para Cristo, que é o nosso Salvador e o nosso Senhor, e que nos dá o seu Espírito para nos ajudar a viver de acordo com a sua vontade.

Portanto, diante do conflito entre o querer e o fazer, não devemos nos desesperar, nem nos conformar, mas sim, nos entregar a Deus, confiando em sua misericórdia e em seu poder.

Como Paulo disse em outro lugar: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4:13).

 


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