Napoleon Hill foi um escritor americano que ficou famoso por seus livros de autoajuda, especialmente o clássico Pense e Enriqueça (1937). Ele defendia o poder da mente e das crenças para alcançar o sucesso pessoal.
Seus livros venderam milhões de cópias e influenciaram gerações de leitores e empreendedores.
Mas qual era a religião de Napoleon Hill? Ele era cristão, teosofista, rosacruz, ou algo mais? Essa é uma questão que intriga muitos estudiosos e admiradores de sua obra, pois ele parece ter explorado diferentes crenças ao longo de sua vida, sem se definir por nenhuma delas.
O batismo e a Bíblia
Napoleon Hill nasceu em 1883, em uma fazenda na Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos.
Ele era o filho mais velho de James e Sarah Hill, que eram batistas. Segundo Ritt Jr. (2009), Hill foi batizado aos 13 anos, em uma cerimônia realizada no rio próximo à sua casa.
Ele também frequentou a escola dominical e aprendeu a ler e a escrever com a Bíblia.
A Bíblia foi uma das principais fontes de inspiração para Hill, que a citou em vários de seus livros. Ele afirmava que a Bíblia era o maior livro de autoajuda já escrito, e que continha as chaves para o sucesso e a felicidade.
Ele interpretava os textos bíblicos de forma alegórica e simbólica, buscando extrair deles lições práticas para a vida.
Um dos exemplos mais conhecidos é o da frase “peça e receberás”, que Hill usou como base para a sua teoria da “lei da atração“.
Segundo Hill, essa frase significa que o ser humano pode atrair para si tudo o que deseja, desde que tenha fé e aja de acordo com o seu propósito.
Ele também usou outras passagens bíblicas para ilustrar os seus conceitos, como a parábola dos talentos, a história de José do Egito, o salmo 23 e o sermão da montanha.
A Teosofia e o Novo Pensamento
A Teosofia é uma doutrina esotérica fundada por Helena Blavatsky no final do século XIX, que busca conciliar as religiões orientais e ocidentais, a ciência e a filosofia.
Ela propõe a existência de uma sabedoria oculta, que pode ser acessada por meio da intuição, da meditação e da iniciação. A Teosofia também defende a reencarnação, o karma, a evolução espiritual e a fraternidade universal.
O Novo Pensamento é um movimento filosófico e religioso que surgiu nos Estados Unidos no final do século XIX, influenciado pela Teosofia e pelo transcendentalismo.
Ele prega que o pensamento é uma força criativa, que pode moldar a realidade e curar as doenças. O Novo Pensamento também enfatiza o poder da mente subconsciente, a lei da atração, a prosperidade e a harmonia.
Hill teve contato com a Teosofia e o Novo Pensamento por meio de livros e de pessoas que ele conheceu em sua trajetória. Um deles foi William Walker Atkinson, um advogado e escritor que se tornou um dos líderes do Novo Pensamento.
Atkinson foi o autor de A Lei do Sucesso (1906), um livro que influenciou Hill a escrever o seu próprio A Lei do Triunfo (1928). Atkinson também escreveu sob vários pseudônimos, como Yogi Ramacharaka, Theron Q. Dumont e Swami Panchadasi.
Hill incorporou vários conceitos da Teosofia e do Novo Pensamento em sua obra, como a ideia de que o ser humano é um ser divino, que pode se comunicar com o “Eu Superior” ou a “Inteligência Infinita”.
Ele também defendeu que o pensamento positivo, a visualização, a afirmação e a autoconfiança são ferramentas para alcançar o sucesso. Ele também adotou a terminologia desses movimentos, como “vibração”, “energia“, “magnetismo” e “atração”.
A Ciência Cristã e o Rosacrucianismo
A Ciência Cristã é uma religião fundada por Mary Baker Eddy em 1879, que se baseia na interpretação metafísica da Bíblia.
Ela ensina que Deus é o único princípio, que o mal e a matéria são ilusórios, e que a cura é possível pela compreensão da verdade espiritual.
A Ciência Cristã também publica o jornal The Christian Science Monitor, que tem uma reputação de qualidade e imparcialidade.
O Rosacrucianismo é uma corrente esotérica que remonta ao século XVII, que se inspira em lendas sobre uma ordem secreta de sábios, os rosacruzes.
Ele combina elementos do cristianismo, do judaísmo, do alquimia, da astrologia e da cabala. O Rosacrucianismo também propõe um sistema de iniciação, que visa o desenvolvimento pessoal e a iluminação.
Hill se interessou pela Ciência Cristã e pelo Rosacrucianismo por volta de 1915, quando ele se mudou para Chicago e começou a trabalhar como editor da revista Success.
Ele foi apresentado a essas religiões por Elizabeth Towne, uma escritora e editora que era adepta da Ciência Cristã e do Novo Pensamento. Ela também era casada com William E. Towne, um rosacruz e maçom.
Hill se tornou um estudante da Ciência Cristã e do Rosacrucianismo, e chegou a se filiar à Ordem Rosacruz AMORC, uma das organizações que reivindicam a tradição rosacruz.
Ele também incorporou alguns ensinamentos dessas religiões em seus livros, como a ideia de que a doença é um erro mental, que pode ser corrigido pelo pensamento correto.
Conclusão
A partir da análise das fontes, podemos afirmar que Napoleon Hill foi um religioso eclético, que buscou inspiração em diversas fontes espirituais, sem se filiar a nenhuma denominação específica.
Ele foi criado em uma família batista, mas também se envolveu com a Teosofia, o Novo Pensamento, a Ciência Cristã e o Rosacrucianismo.
Ele também fundou sua própria igreja, a Igreja da Ciência da Mente, que se baseava em seus princípios de sucesso.
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