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Quando, no começo do presente século(século XVIII), a coroa da Espanha foi disputada por dois príncipes, França pôs-se ao lado de um dos adversários, e a Inglaterra, do outro.

O duque de Berwick, filho natural de Jacobo II, que abdicara a coroa da Inglaterra, mandou as forças espanholas e francesas, e derrotou os ingleses na célebre batalha de Almansa. O exército foi, então, dividido em duas partes: uma de espanhóis e franceses que, comandada pelo duque de Berwick, dirigiu-se até a Catalunha; e o segundo grupo, só de tropas francesas, comandado pelo duque de Orleans, lançou-se à conquista de Aragão.

Ao entrarem em Zaragoza, restabeleceram a ordem na cidade e ficou ali uma grande guarnição, sob o comando do tenente general Frances M. de Legal. Este cavalheiro, mesmo criado como católico, era totalmente livre de superstições; reunia grandes talentos e coragem, e era um oficial capaz, além de completo cavalheiro.

O duque, antes de partir, ordenara a imposição de pesados impostos à todas as classes da cidade, dentre eles, que cada Convento ou Monastério pagasse uma contribuição proporcional às suas riquezas ou rendas. Desta forma, O colégio dos Jesuítas deveriam pagar 2.000 pistolas; os carmelitas, 1000; os agostinianos 1000; os dominicanos 1000.

Os jesuítas resistiram à ordem, quando tiveram sua sede saqueada e destruída pelos dragões franceses, acharam melhor pagar o que lhe pediam. Os agostinianos e o carmelitas, advertidos do sucedido aos jesuítas, foram prudentes e pagaram.

Contudo, os dominicanos que eram todos familiares da Inquisição,ou agentes dependentes dela, imaginaram que assim, estariam protegidos. Enganaram-se, porém, pois M. de Legal não temia nem respeitava a Inquisição. O diretor dos dominicanos enviou-lhe uma mensagem, a fim de conscientizá-lo que sua ordem era pobre, e que não tinha dinheiro algum para as contribuições. Dizia assim: “toda a riqueza dos dominicanos consiste nas imagens de prata de apóstolos e santos, de tamanho natural, que estão na igreja, e seria sacrilégio entregá-las.”

M. de Legal respondeu que as imagens de prata seriam um admirável substituto do dinheiro, e mais úteis em sua posse que na dos dominicanos.

Os inquisidores ficaram atônitos, por isso decidiram entregar as imagens em procissão solene, para suscitar no povo uma rebelião.

M. de Legal, ao inteirar-se dessa situação, ordenou que quatro companhias de granadeiros se alinhassem na rua que levava a sua casa, e que cada granadeiro tivesse seu mosquete carregado numa das mãos, e um círio aceso na outra, de modo que as tropas pudessem repelir a força com a força, ou fazer honras à farsa.

Os frades fizeram de tudo que puderam para suscitar um tumulto; porém, o povo temia demais as tropas armadas para fazê-lo. Por isso, as imagens de prata foram entregues a M de Legal, que as enviou à casa da moeda, para que fossem fundias imediatamente.

Depois desse fato, os inquisidores redigiram um documento de excomunhão e ordenaram ao secretário que fosse lê-lo a M. de Legal.

Quando o secretário do santo ofício leu o documento e partiu, M de Legal mandou seu secretário preparar um documento de excomunhão exatamente igual ao enviado pela Inquisição; porém, que constasse em lugar de seu nome o dos inquisidores.

O secretário foi à Inquisição e insistiu para ser ouvido, o que conseguiu depois de muitas discussões. Assim que entrou, leu em voz audível, a excomunhão enviada por M. de Legal contra os inquisidores. Estes estavam todos presentes e ouviam atônitos, pois nunca encontraram alguém que ousasse atuar de forma tão atrevida. Bradaram contra M. de Legal como herege, e disseram: “isto é um insulto dos mais ousados contra a fé católica”. Porém, para a maior surpresa, o secretário francês disse-lhes que teriam de sair de sua atual moradia, pois o comandante acamparia suas tropas na sede da Inquisição, por ser o lugar mais cômodo de toda a cidade.

Imediatamente, os inquisidores foram a Madri, onde queixaram-se amargamente ao rei. O monarca, porém, respondeu que não lhes podia dar satisfação alguma, pois as injúrias que haviam recebido eram das tropas de seu avô, o rei da França, e só com a ajuda deles ele poderia ficar no trono.

Neste ínterim, o secretário de M de Legal havia aberto todas as portas das sede da Inquisição, e libertado os presos quer eram em torno de quatrocentos. Dentre estes, sessenta belas jovens, que compunham o harém dos principais inquisidores.

Essa descoberta, que deixou exposta a perversidade dos inquisidores, muito alarmou o arcebispo. Ele pediu a M. de Legal que enviasse as mulheres ao seu palácio, onde ele cuidaria apropriadamente delas. Ao mesmo tempo, publicou uma censura eclesiástica contra todos os que ridicularizaram ou censuraram o santo oficio da inquisição.

O comandante Francês enviou recado ao arcebispo com a informação de que os presos ou haviam fugido, ou estavam tão bem escondidos por seus amigos, inclusive por seus próprios oficiais, que era impossível recuperá-los, e que, havendo a Inquisição cometido tais atrocidades, deveria suportar sua exibição pública.

Referência

O Livro dos Mártires. John Fox. Tradução: Marta Doreto de Andrade & Degmar Ribas Junior. CPAD.


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