No texto de hoje iremos dar sequência às nossas aulas de história da Igreja. Iremos falar da última perseguição aos Cristãos pelos Imperadores, desta feita, promovida por Diocleciano. Os dois mártires ou testemunhas mais conhecidos desse período foram os irmãos São Cosme e Damião.
Diocleciano havia organizado o Império em uma Tetrarquia. Dois Imperadores compartilhavam o titulo de Augusto: O próprio Diocleciano no Oriente, e Maximiano no Ocidente. Abaixo deles havia outro Imperador com o título de César: Galério sob Diocleciano, e Constâncio Cloro sob Maximiano.
O propósito dessa divisão feita por Diocleciano que era um habilidoso administrador, era assegurar uma sucessão pacífica na ao trono, já que cada César deveria suceder o seu Augusto, e então os novos Augustos nomeariam um novo César respectivamente.
Com essa organização, o Império se encontrava em relativa paz, só Galério estava envolvido em guerras, uma contra os bárbaros no Danúbio e outra contra os persas. Dos Imperadores, só Galério nutria inimizades contra o Cristianismo.
Os Cristãos no Exército
Os conflitos contra os cristãos nessa época, se originaram no exército. A maioria dos autores cristãos diziam que um cristão não poderia ser soldado, ainda assim, havia grande número de Cristãos nas fileiras militares. 
A causa pacifista nem era o primeiro motivo da incompatibilidade entre os cristãos e o serviço militar, mas sim o caráter religioso de algumas cerimônias militares que descambavam para a idolatria. Por volta do ano 295 vários cristãos foram mortos, uns por negarem-se a se alistarem, outros porque tentaram abandonar o exército.
Influenciado por Galério, Diocleciano baixa um Edito de expulsão dos cristãos do Exército. O Decreto não previa pena de morte, ou castigo, apenas a expulsão dos cristãos do exército. No entanto, em alguns lugares, os oficiais tentaram obrigar soldados cristãos a oferecer sacrifícios diante dos deuses, o resultado foi que houve várias execuções no exército que estava nas fronteiras do Danúbio.
Aumenta à Perseguição
Em 303 , Diocleciano, novamente influenciado por Galério, lançou um novo edito contra os cristãos, que se ordenava que os edifícios cristãos e os livros sagrados fossem destruídos e que os crentes perdessem à cidadania romana.
Como muitos fiéis se recusavam a entregar os livros, então eram torturados e condenados à morte. Diocleciano convencido que os cristãos conspiravam contra ele, decretou que todos os líderes cristãos fossem encarcerados e depois que todo cristão do Império tinha que oferecer sacrifícios aos ídolos.
E assim se levantou novamente uma das maiores perseguições aos cristãos no Império Romano. Muitos cristãos sucumbiram perante os tribunais e abandonaram à fé. Os que resistiram, sofreram torturas de toda espécie, outros foram martirizados. Muitos fugiram para o território persa levando consigo os livros sagrados.
O Martírio de São Cosme e Damião
Cosme e Damião eram irmãos gêmeos. Morreram por volta de 300 d.C. As crenças afirmam que foram médicos e que exerciam à medicina gratuitamente. A festa deles é celebrada na Igreja católica no dia 26 ou 27 de setembro dependendo do Calendário Litúrgico aplicado.
Cosme e Damião além de curarem os enfermos com a ciência médica, também faziam curas através de milagres. Dessa forma eles ganharam muitas almas para Jesus.
Viveram na Ásia Menor, Cilicia, foram presos no início da Perseguição de Diocleciano, no qual já nos referimos, por serem considerados inimigos dos deuses e acusados de usar feitiçarias e meios diabólicos para disfarçar as curas. Tendo em vista essa acusação, a resposta deles era sempre: “Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo Seu poder”.
Diante da veemência dos perseguidores do Império à fé cristã, com relação à adoração aos deuses, os irmãos Cosme e Damião respondiam: “Teus deuses não têm poder nenhum, nós adoramos o Criador do céu e da terra!”.
Cosme e Damião foram condenados à morte por apedrejamento e flechadas. A pena foi executada por carrascos experientes. Os irmãos Gêmeos , porém, não morreram. Então, o juiz sentenciou que fossem queimados em praça pública. Lhes puseram fogo, mas o fogo não os atingiu. Cosme e Damião não paravam de louvar a Deus por estarem sendo dignos de sofrerem por Jesus Cristo.
Os pacientes que eram tratados por eles, que ainda não tinham se convertido, se converteram ao verem essas coisas. Os soldados decidiram afogar os dois, mas eles foram salvos por anjos. Por fim, a mando do magistrado, os torturadores lhes deceparam as cabeças.
Sincretismo Religioso com São Cosme e Damião
No período da escravidão no Brasil, os negros africanos criaram uma maneira criativa e inteligente de enganar os Senhores de escravos. Invocavam a seus deuses Orixá, Oxalá, Ogum com os nomes de São Sebastião, São Jorge e Jesus, e os bantos identificaram Cosme e Damião como os orixás Ibejis em um sincretismo religioso.
São Cosme e São Damião que foram decapitados por volta do ano de 300. São considerados os padroeiros dos farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina. Na Igreja Católica existe uma Oração invocada à São Cosme e Damião.
Referência:
História Ilustrada do Cristianismo. Justo L Gonzalez
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