Larry Laudan, proeminente filósofo da ciência formulou o que pode ser chamado de uma visão pragmática da ciência. Segundo esse ponto de vista o objetivo do progresso científico não é encontrar a verdade sobre o mundo.  Para Laudan, o objetivo da ciência é resolver problemas e isso geralmente não tem nada a ver com a verdade. Laudan ainda propõe que não existe uma fronteira clara entre ciência e não ciência. Portanto, as considerações teológicas são importantes para a sustentação racional de uma teoria científica, pois são exemplos de uma concepção racional de mundo, e devem ser levadas em consideração em uma avaliação racional dentro da ciência.

Laudan cita várias teorias dentro da história da ciência que incorporavam várias virtudes epistêmicas, mas que, mais tarde, descobriu-se serem inválidas. Como por exemplo: as muitas teorias do éter – que se dizia ser o meio pela qual a eletricidade, luz e calor fluíam. Por outro lado, teorias aceitas hoje como sendo verdadeiras, eram consideradas infrutíferas tempos atrás, como por exemplo a Teoria do átomo do século XVIII era tão mal vista, que a maioria dos químicos a abandonaram, mas que é muito próxima da teoria atual. Tudo isso é um aviso para não se aceitar uma teoria atual como verdade absoluta.

Laudan conclui que a ciência é uma disciplina racional porque faz progressos na resolução de problemas. Ela não resolve problemas por ser uma disciplina racional. A ciência é racional não porque seja verdade, mas porque faz progressos na explicação do mundo. Ela é funcional.


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