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O argumento utilizado pelos cristãos em dizer que quem cometeu atrocidades como as das Cruzadas e Inquisição não eram cristãos autênticos é válido ou é uma desculpa cômoda revisionista dos séculos seguintes?

É válido porque a distinção entre cristãos não é nova e remonta às próprias palavras do Mestre: “ Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.” –Mt 7.21-23.

Muita coisa foi feita ao longo dos séculos em nome do Cristianismo que não reflete os ensinamentos de Jesus. Sendo que até Hitler tentou usar contornos cristãos no movimento Nazista, mas isso não representava o que Jesus ensinou.

Sempre existiram também, vozes minoritárias dentro das Igrejas Institucionais que pregavam contra os seus abusos, tivemos alguns católicos romanos, que gritavam contra a sua Igreja, como no caso da exploração dos povos nativos da América Espanhola.

O Cristianismo em suas origens

O cristão ex-ateu Patrick Glynn nos dá uma declaração sobre o crescimento do Cristianismo: “Parte da razão da rápida difusão do cristianismo, como os historiadores têm observado, foi simplesmente o fato de que os primeiros cristãos eram pessoas formidáveis. A própria bondade dos cristãos e a sua assistência aos pobres e oprimidos atraiu novos adeptos.”

Tertuliano, escreveu: “Nós começamos apenas ontem e já enchemos as cidades, a ilha, seu palácio, senado e fórum; em 150 anos o cristianismo se difundiu de maneira muito rápida.”

O estilo de vida dos primeiros cristãos era compatível com os ensinamentos de Cristo, e podiam dizer, parafraseando Paulo: “Imitem-nos como nós imitamos a Cristo”.

O Cristianismo como religião oficial

Por um lado a oficialização do Cristianismo no Império Romano acabou com as perseguições aos cristãos, mas por outro, o atrelamento da Igreja ao Estado, facilitou que a mesma utilizasse o poder político para a perseguição. Constantino concedeu privilégios a cristãos como dinheiro e cargos e isso fez com que cada vez mais pessoas professassem a fé cristã, sem que abraçassem ao autor e consumador da nossa fé que é Jesus Cristo.

As Cruzadas

É inegável o fato de que as Cruzadas promoveram uma grandíssima “carnificina”, e não há racionalização para isso como tentam fazer alguns apologistas Católicos. Mas o contexto de justiça ou não das Cruzadas é bem mais amplo.

A primeira cruzada iniciou em 1095, quando o Papa Urbano II após uma pregação muito famosa, convenceu a multidão que era isso que “Deus queria”.

Em 1187, Jerusalém já estava sob domínio muçulmano novamente, o Papa convocou os nobres e outras pessoas para recuperar a Terra Santa das mãos dos “inimigos de Cristo”.

Podemos inferir, que os antigos cruzados achavam que estavam fazendo um “serviço” grandioso para Cristo. Em 1215, o Papa Inocêncio III, chegou a prometer a Salvação para quem participasse das Cruzadas, ou mandasse alguém em seu lugar. Esse conselho é uma típica distorção do ensino dos evangelhos.

As últimas cruzadas envolveram os cristãos que foram à Palestina para tentar salvar outros cristãos que estavam em uma situação caótica.

Contudo, apesar das intenções, a barbárie e a violência associada às cruzadas trazem uma grande mancha para a reputação da fé cristã. E mesmo no século XIII, muitos cristãos já não aprovavam as Cruzadas, até por isso, devido a perda do interesse, novas cruzadas não conseguiram mais se formar.

Portanto, no caso das Cruzadas, novamente, têm que ser feito uma distinção entre o verdadeiro ensino de Cristo e as coisas feitas em seu nome.

A Inquisição

As origens da Inquisição remontam à grande preocupação do Papado com questão das heresias, principalmente dos Albigenses na França. A Inquisição foi uma segunda via para tentar impedir essa heresia, já que o envio de missionários não funcionou. Também havia uma questão política já que os Franceses do norte queriam um pretexto para intervir no sul do seu país.

A segunda fase da Inquisição foi a Espanhola em 1472, fomentada por Isabel e Fernando, mas que também tinha por trás a autoridade do Papado.

A terceira fase começou em 1542, quando o Papa Paulo III iniciou uma caçada aos Calvinistas.

As coisas na Inquisição se complicaram porque  atrelava-se sedição política com heresia. Se uma pessoa era considerada herege, também era considerada politicamente perigosa. Religião e política estavam estreitamente ligadas. Vale ressaltar que por vezes, os protestantes também usaram táticas impróprias para eliminar as heresias.

A Inquisição não pode ser apontada como uma postura representativa da Igreja, como fazem os críticos. Na maior parte da história, vemos milhões de cristãos sendo vítimas de perseguições brutais em muitos lugares. Temos no século XX e parece que vai aumentar no século XXI, o maior numero de mártires cristãos na história. Cristãos estão sendo mortos, principalmente no oriente médio por causa de sua fé. A Inquisição é uma exceção na história da Igreja, não é a regra.

Referência

Em Defesa da Fé. Lee Strobel


0 comentário

Khayel Solidor · 11/07/2016 às 19:11

Tch, você nunca foi ateu, você foi apenas pirracento! Agora voltou pra essa fé imunda por ser fraco e não conseguir viver sem crer em um deus que te salvará da morte!

    JOSÉ DOMINGOS · 11/07/2016 às 19:33

    Eu não pedi pra nascer, mas nasci, não tenho quase domínio sobre mim, até um vírus me mata! Já que eu não pedi pra nascer também tenho o direito de não querer morrer! E o único que tem essa proposta é Jesus de Nazaré, proposta coerente porque ele também é meu Criador!

    JOSÉ DOMINGOS · 11/07/2016 às 19:36

    Agora se for sincero me diga qual dessas é a sua motivação para a incredulidade:

    https://exateus.com/2015/08/13/a-motivacao-psicologica-para-a-incredulidade/

    JOSÉ DOMINGOS · 11/07/2016 às 19:54

    É quase sempre moral e não intelectual a motivação do incrédulo. É o egoísmo e a vontade de pecar em algumas áreas da vida que levam à incredulidade:

    1 – Vício do poder. Querer ser sempre o numero um em tudo, não fazendo como o Cristianismo prega: Quem quiser ser o maior que seja o menor!

    2 – Vício da Luxúria – O vicio em sexo é tão forte quanto qualquer outro vício, como o de entorpecentes por exemplo.

    3- Vício da Cobiça – Consumismo exagerado apoiado pela nossa sociedade. Cristo nos alertou contra esse mal.

    3 – Vicio por popularidade – Querer ser aceito no grupo ou na sociedade, não ficar fora de moda.

    4 – Vicio pela liberdade – Agir como uma criança mimada e inconsequente achando que é maturidade.

    São essas forças irracionais que o ateu precisa saber que estão por traz da sua incredulidade, impedindo a sua alma de aceitar os argumentos apologéticos que o trariam para Cristo que é a Verdade, o Caminho e a Vida.

    Mais aqui:

    https://exateus.com/2015/07/28/por-que-muitos-nao-se-deixam-persuadir-pelo-cristianismo/

    https://exateus.com/2015/07/26/nao-faz-sentido-rejeitar-a-jesus-por-causa-das-acoes-dos-que-lhe-sao-infieis/

Marcelo · 20/08/2015 às 00:04

Complementando, creio que o catolicismo se trata de uma seita, pois encaixa-se perfeitamente na definiçao dada a essa palavra, seguindo as concepçoes particulares de seus lideres.
A meu ver, tal seita adotou o titulo de “igreja crista” por uma questao de conveniencia, mas, segundo alguns relatos historicos, me parece que, desde o principio, realiza rituais pagãos, misturadas com heresias e recheados de idolatria.
Todavia, nao resta duvida que sempre existiu, no corpo dessa seita, pessoas honestas e sinceras que acreditam piamente estar servindo ao Deus de Israel, as quais serao julgadas pelas obras.

    JOSÉ DOMINGOS · 20/08/2015 às 02:07

    Não sei se podemos classificá-la como Seita, mas está mais pra uma Instituição como um grande clube de reuniões sem a Ação do Espírito Santo, onde algumas pessoas sinceras e carismáticos tentam fazer alguma fumaça, mas mesclados sempre com ensinamentos que se não fazem a pessoa perder a Salvação, também não servem pra nada, como as relíquias, imagens, aquelas histórias que já conhecemos. Outra coisa que me chama a atenção é que o Papa fala sobre política, comportamento, ética, natureza, só não fala de Jesus e nem prega contra o pecado! Devia aproveitar o espaço que tem para fazer uma pregação dura, pelo menos uma vez na vida, alertando sobre o inferno e conclamando as pessoas ao arrependimento! Mas isso nunca acontece! é apenas mais um homem natural que não conhece as coisas do Espírito!

Marcelo · 18/08/2015 às 14:56

Na minha modesta opiniao, o catolicismo romano matou a igreja primitiva, em cumprimento ao que vaticinou Paulo quando disse, pelo Espirito Santo, que lobos devoradores entrariam no meio da igreja e nao poupariam o rebanho.
Nossos irmaos foram levados às arenas e mortos em espetaculos crueis, exatamente como ocorrerà no fim dos tempos, em uma perseguiçao e afliçao jamais vistas desde a fundaçao do mundo.
Deus vos abençoe!!!

JOSÉ DOMINGOS · 17/08/2015 às 18:12

Atenção! O comentário só foi aceito porque trouxe a fé como elemento novo! O resto é igual a outro comentário que já foi feito! e existem várias refutações para ele, tanto aqui no blog quanto em outros sites, blogs e livros, quem procura de verdade encontra respostas! sobre a Fé tem artigo aqui no blog também:

Tendo seu gérmen no Racionalismo de Descartes, uma divisão criou-se no pensamento contemporâneo entre mente e coração, ou entre razão e emoção. A fé não é vista como algo racional, há o entendimento até mesmo entre cristãos que a fé é algo irracional.
Porém, notamos na Bíblia que essa distinção não existe, a fé que aparece na Bíblia é altamente racional. Segundo Myatt & Ferreira (2002, p. 9) Anselmo Arcebispo de Cantuária orou assim:

Senhor, agradeço-te por me teres criado segundo a tua imagem, para que te conheça e ame. Mas essa imagem se acha de tal modo corrompida por pecados, que não consegue cumprir a tarefa para a qual Foi criada, a não ser que tu a renoves e recries através da fé em teu Filho crucificado, Jesus Cristo. Desejo apenas entender uma pequena parcela de tua verdade, que meu coração crê e ama. Pois não procuro compreender para poder crer, antes, creio para poder compreender.”

Na Palavra Revelada de Deus, o coração é a sede das emoções, e da racionalidade, Myat & Ferreira (2002, p. 9) citam várias passagens bíblicas em sua obra para enfatizar essa afirmação:

“O coração é a sede das emoções, seja de alegria (Dt 28.47) ou de dor (Jr 4.19), da tranqüilidade (Pv 14.30) e da raiva (Dt 19.6), etc. É a sede do entendimento e do conhecimento, das forças e poderes racionais (I Rs 3.12; 4.29), bem como de fantasias e visões (Jr 14.14).”

A fé é o mais alto tipo de conhecimento, sendo que a própria ciência física também utiliza a fé como apoio. Os cientistas trabalham com fé em convicções primárias, como: espaço, tempo, causa e substancia.
A ciência não pode ser invalidada por se utilizar da fé como pressuposto, como podemos notar nas palavras de Strong (2010, p. 32):

Nem por isso a ciência física é invalidada, porque tal fé, embora diferente da percepção sensorial ou demonstração lógica, é ainda um ato cognitivo da razão e pode ser definido como certificação relativa à matéria em que a verificação é impossível.

A fé é um conhecimento inseparável ao estado de santidade, por isso é inseparável do amor à própria Divindade. Sobre como se pode conhecer a Deidade, continuamos com Strong (2010,p. 33)

Não podemos conhecer uma laranja só de olhá-la; para entendê-la, é tão necessário saboreá-la quanto vê-la. A matemática do som não pode nos dar entendimento da música; é necessário também ouvi-la. Somente a lógica não pode demonstrar a beleza do pôr-do-sol, ou de um caráter nobre; o amor ao belo e à justiça antecede o conhecimento do belo e da justiça.

A fé baseia-se em informações confiáveis para a verdade da existência de Deus. O cristão não tem uma fé cega na existência de um Criador, mas têm a Escritura como a Palavra de Deus Inspirada e a própria Revelação de Deus na natureza.
De acordo com Berkhof (2010 p. 12):

A Bíblia pressupõe a existência de Deus em sua declaração inicial, “No principio criou Deus os céus e a terra”. Ela não somente descreve a Deus como o Criador de todas as coisas, mas também como o sustentador de todas as Suas criaturas. E como o Governador de indivíduos e nações. Ela testifica o fato de que Deus opera todas as coisas de acordo com o conselho da Sua vontade, e revela a gradativa realização do Seu grandioso propósito de redenção

As palavras e atos da Escritura Sagrada tornam a nossa fé na Existência de Deus uma fé Racional. E é somente pela fé que podemos aceitar a Revelação da existência de Deus.
O incrédulo não pode conhecer a Deus “… porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que buscam”. (Hb 11.6) O homem natural não pode conhecer a Deus.
Berkhof (2010) exprime bem a situação de ignorância do homem natural em relação a Deus, citando as palavras de Paulo:

Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem, pela loucura da pregação, (1º Coríntios 1.20, 21.)

fonte: http://exateus.com/2015/05/19/como-conhecer-deus-atraves-da-fe/

Ivani Medina · 17/08/2015 às 17:34

Se a fé nunca dependeu da história, porque fazem tanta questão desta última? Por que insistem em preservar essa bruma que envolve os primeiros séculos do cristianismo? Não devia ser assim. No entanto, quando fazemos uma aproximação dos fatos com fatos e não com ideias, é possível outra conclusão.
http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/paguei-pra-ver

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