A conversão de Constantino foi diferente da conversão de uma pessoa comum da sua época. Quando algum pagão queria aderir ao cristianismo, este era submetido a um longo processo de aprendizado e disciplina que poderia durar até três anos afim de solidificar o novo convertido na sua nova fé antes de ser batizado. Algo muito parecido com o processo de discipulado que ocorre em muitas igrejas evangélicas atuais, apesar do nome desse processo ter sido catequese, que a igreja católica conserva até hoje, o que vemos na mesma é o batismo infantil antes mesmo de qualquer aprendizado e decisão. Depois do batismo, o novo convertido então seguia seu bispo como pastor para colocar sua fé em prática nas situações concretas da vida.
Constantino nunca se submeteu em nenhum aspecto à autoridade pastoral da igreja. Ele recebia conselhos cristãos através do sábio Lactando e do bispo Óssio de Córdoba, mas sempre se reservou no direito de determinar suas atitudes religiosas, pois se considerava “bispo dos bispos”. Mesmo após sua conversão, Constantino participou de rituais pagãos que eram proibidos aos cristãos, e os bispos não tinham coragem de repreendê-lo.
Atualmente muitos que se dizem católicos procuram centro espíritas e terreiros afros para algum tipo de relacionamento e os adeptos espíritas procuram a Igreja católica e se dizem católicos formando uma espécie de sincretismo religioso.
O imperador apesar de favorecer os cristãos em muitos aspectos e de suas afirmações de crer no poder de Jesus Cristo, tecnicamente não era cristão segundo a tradição da época, pois não quis se submeter ao batismo. Hoje em dia quando perguntamos a algum católico se ele já aceitou Jesus como Senhor e Salvador da sua vida, ele diz que sim, que já fez isso desde que nasceu. Apesar de sabermos que o Senhorio de Jesus passa é longe da sua vida!
Para Constantino era cômodo se manter apenas como um simpatizante do Cristianismo, sem ser batizado ele poderia deslizar em sua fé, sem receber condenação por parte dos dirigentes da igreja, hoje em dia muitos católicos vão à igreja raramente para desencargo de consciência e quando saem de lá principalmente aos domingos, se dizem que já podem tomar sua cerveja e ir para algum tipo de festa mundana, pois já “cumpriram a sua obrigação”!
Assista em vídeo Imperador Constantino e o Católico atual:
Por outro lado, dizer que Constantino foi hipócrita ao se declarar cristão é um erro, uma visão revisionista e anacrônica. Do ponto de vista político a conversão de Constantino ocorreu no pior momento possível. Quando Constantino adotou o símbolo do labarum, ele estava nos preparativos para tomar a cidade de Roma, centro das tradições pagãs, onde seus aliados eram membros de diversas seitas pagãs que se consideravam oprimidos por Magêncio. O grau de apoio que os cristão poderiam dar a Constantino era precário, o número de cristãos no exército era pequeno, o número de cristãos ricos que poderia prestar apoio financeiro a Constantino também era pequeno.
O mais certo é dizer que Constantino cria mesmo no poder Jesus Cristo. Para Constantino o Deus dos cristãos era extremamente poderoso que estava disposto a ajudá-lo, na medida em que ele ajudasse os cristãos. Na verdade, Constantino sempre buscou o favor do Deus cristão, não dos cristãos. Esse Deus havia lhe dado vitórias em muitas batalhas, desde que teve o sonho, e até seus inimigos temiam e atribuíam poder sobrenatural ao labarum de Constantino.
Mas Constantino entendia que a Fé em Jesus Cristo não o impedia de adorar outros deuses. Constantino em grande parte de seu governo, pensou que o Sol Invicto e o Deus dos cristãos eram o mesmo ser e que os outros deuses também eram reais e relativamente poderosos, apesar de serem divindades subalternas e aí fazemos mais um paralelo entre o católico atual e suas venerações aos santos como um tipo de intermediador entre eles e a Divindade.
Constantino consultava o oráculo de Apolo, aceitava o título de sumo-sacerdote de deuses pagãos e participava das cerimônias a esses deuses, sem pensar que assim estava traindo ou abandonando o Deus que lhe tinha dado vitória e poder.
Concluo, então, deixando o alerta para aqueles católicos e qualquer outro cristão que como já falei, freqüentam o espiritismo, consultam adivinhos através de cartas, tarô, búzios, leituras de mão e etc, que consultam astrologia através de horóscopo, para que larguem essas práticas que não conferem a um cristão.
Referência
História Ilustrada do Cristianismo. Justo L. González
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