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Batismo Infantil na História da Igreja

A prática do Batismo infantil não era consenso na igreja primitiva. Os que defendem o batismo infantil fazem inferências das declarações de alguns pais da Igreja, que não mostram definitivamente que estes eram a favor da prática batismal em infantes. Policarpo testemunhou que serviu a Cristo desde sua infância[1]. Se essa declaração indica o termo infância como referência a um bebê, podemos dizer que a declaração afirma a prática do batismo infantil ainda no primeiro século. Não obstante, a declaração de Policarpo quer apenas dizer que ele tinha fé desde a infância, não de que ele tivesse sido batizado como bebê.

Justino também tem sido usado para corroborar o batismo infantil pela seguinte declaração: “ Muitos, homens e mulheres que têm sido discípulos de Cristo desde a infância, permaneceram puros até a idade sessenta ou setenta anos”. Um bom entendedor percebe que esta afirmação não diz nada de concreto a respeito do batismo infantil. A frase mostra apenas que quando crianças essas pessoas serviam a Jesus[2].

No entanto, temos frases mais incisivas de pais da igreja a favor do batismo infantil, Irineu de Lion por volta do ano 185, afirmou que Jesus “veio para salvar a todos por seu intermédio – com “todos”, quero dizer, os que por meio dele são nascidos de novo para Deus – infantes e crianças, garotos e jovens e homens idosos”[3].

Tertuliano não era de acordo com a prática do batismo infantil. Preferia que o batismo fosse adiado até que as crianças chegassem à fase do discernimento[4].

Apenas no Concílio de Cartago, realizado em 254, os bispos ali reunidos firmaram posição que não se devia impedir as crianças do acesso ao batismo. Essa posição dos bispos vincula-se a doutrina da regeneração que se afirma ocorrer através do batismo.

Ainda sim, Gregorio de Nazianzo no século IV, aconselhou as igrejas a adiar o batismo pelo menos até a idade de três anos, assim a criança seria capaz de ouvir e responder sobre o sacramento.

Gregório de Nissa, pregou, que o batismo não regenera a pessoa automaticamente. Se a pessoa continuasse no pecado, sem demonstrar uma mudança de vida, isso seria evidencia que ela não nasceu do Espírito. Pessoas assim não teriam sido realmente regeneradas. O batismo em si não seria adequado para mudar a natureza humana, se a pessoa não se arrependesse do mal e aceitasse a Cristo no coração[5].

 

[1] Ferreira & Myatt, 2007, p. 936

[2] Ibdem, p. 935

[3] Ibdem

[4] Ibdem

[5] Ibdem, p. 936.


2 comentários

Fermino da Silva · 24/11/2021 às 22:36

Em Marcos 16.15-18 fica claro que existe a necessidade de discernimento para se obter a salvação em Deus, tendo o batismo como confissão pública dessa fé. Se a pessoa não tem condição de crer em Deus, e entender o sacrifício de Cristo na cruz, não há necessidade de batiza-la, pois um ato depende do outro. Eu não me batizei para ser salvo, eu me batizei porque cri em Jesus como meu salvador, e me batizei em sinal de fé pública daquilo que eu já cria. O batismo de crianças é anti-biblico.

Asa Branca é desenganado pelos médicos! Mas está em paz! Saiba porque! · 01/02/2020 às 14:52

[…] ele só não tinha se arrependido da prostituição, mas o locutor já tinha aceitado Jesus e se batizado, acreditamos que o Espirito Santo o está aprimorando cada vez mais. Esta semana ele foi […]

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