A veracidade da sucessão apostólica dos Papas católicos, pregada e defendida por Romanistas, cai por terra, principalmente porque muitos papas só conseguiram assumir o pontificado depois de subornarem os cardeais, e até mesmo matar seus rivais, ou seja, o Espírito Santo não pode estar nesse negócio! Então vamos ver como tudo começou:
A palavra papa que significa papai, fora usada no começo da igreja, para qualquer bispo distinto, sendo ele de Roma ou não, documentos antigos se referem ao papa Cipriano de Cartago, ou ao Papa Atanásio de Alexandria.
Conquanto haja controvérsia que Pedro esteve em Roma e morreu nesta cidade, porém não existe nenhum documento antigo que diga que Pedro transferiu sua autoridade apostólica aos seus sucessores. Além do mais, as listas antigas que citam os primeiros bispos de Roma, não batem. Umas dizem que Clemente sucedeu diretamente a Pedro, outras dizem que ele foi o terceiro bispo depois do apóstolo. Essas inconsistências levaram alguns historiadores a conjecturar que talvez o bispado de Roma em seu princípio tenha sido um colegiado em que vários bispos ou presbíteros eram os dirigentes. A verdade é que durante todo o século II da era cristã, sabe-se muito pouco ou nada sobre o bispado romano.
Durante os primeiros séculos da história da igreja, o centro do cristianismo esteve no Oriente, sendo que os bispos de Antioquia e Alexandria tinham muito mais primazia do que o bispo de Roma. A África Latina também teve muito mais contribuição teológica do que Roma nos primórdios, sendo que de lá vieram Tertuliano, Cipriano e Agostinho.
A situação só começa a ficar a favor de Roma, depois que o Império aceitou o cristianismo, como Roma era a capital, logo o bispo dessa cidade chegou a uma posição de destaque. Depois de algum tempo a igreja estava dividida e organizada politicamente (não apostolicamente) em cinco patriarcados: Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma.
Foi só na época de Leão o Grande em que a Itália e boa parte da Europa Ocidental estavam atoladas no Caos devido às invasões bárbaras, que o papado preencheu o vazio, proporcionando certa estabilidade. Foi Leão que negociou com Átila e o fez desistir de invadir Roma, anos depois, em 455, negociou com os Vândalos impedindo que eles queimassem a cidade e matassem os habitantes. Foi Leão também o primeiro a usar os argumentos das chaves a Pedro, de Pedro como Pedra e dizer que o que estava Escrito nas Escrituras também serviam para seus sucessores.
400 anos depois de Leão, o Papado chegava a sua decadência, vejamos a história de alguns papas dessa época:
Em 897, Estevão VI preside o chamado “Concílio Cadavérico”. Seu antecessor o papa Formoso, foi desenterrado, vestido com roupas papais e o arrastaram pelas ruas. Depois o morto foi julgado e declarado culpado de vários crimes, cortaram-lhe as mãos com que tinha abençoado os fiéis e lançaram seu corpo no Rio Tigre.
Em 904, o papa Sérgio III mandou matar seus dois rivais, Leão V e Cristóvão I. Sérgio III era amante de Marósia, pertencente a uma das famílias mais poderosas e ambiciosa da Itália, que o ajudou a chegar no poder. O filho desse casal também subiu ao trono papal com o nome de João XI, depois que sua mãe Marósia junto com seu verdadeiro marido o marquês de Túcia tomaram o palácio de Latrão e mataram o papa João X.
Trinta anos depois de João XI, o papa Bento VI foi deposto e estrangulado por Crescêncio, irmão de João XIII. João XIV morreu envenenado no calabouço por Bonifácio VII, que depois também foi envenenado.
E depois de tudo isso, os católicos ainda reclamam da Reforma Protestante!
História Ilustrada do Cristianismo. A Era dos mártires até a Era dos Sonhos Frustrados. Justo L. González. Vida Nova.
1 comentário
A ruptura entre Judaísmo e Cristianismo · 20/01/2020 às 07:55
[…] de que a Igreja como instituição corrompeu-se ao longo da História, por isso mesmo aconteceu a Reforma Protestante na tentativa de uma volta adaptada ao cristianismo primitivo até mesmo seguindo a tendência […]