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A situação atual de Israel hoje

Israel é um país que enfrenta vários desafios e conflitos, tanto internos quanto externos. Desde o dia 7 de outubro de 2023, Israel está em guerra com o Hamas, o movimento islamista que controla a Faixa de Gaza, onde se espera a chegada de medicamentos para reféns israelenses e de ajuda humanitária para os habitantes do devastado território palestino. Além disso, Israel também enfrenta tensões na sua fronteira norte, com o Líbano, onde o grupo xiita Hezbollah, apoiado pelo Irã, tem lançado ataques esporádicos contra posições israelenses. Israel também está envolvido em uma disputa jurídica internacional, na Corte Internacional de Justiça, em Haia, onde a África do Sul acusa o país de cometer genocídio contra o povo palestino em Gaza. Além dos conflitos externos, Israel também enfrenta problemas internos, como a crise política, econômica e social causada pela pandemia de Covid-19, que já matou mais de 20 mil pessoas no país e deixou mais de um milhão de desempregados.

A guerra com o Hamas

A guerra entre Israel e o Hamas começou na madrugada de sábado (7), quando o Hamas lançou um ataque surpresa com centenas de foguetes contra o território israelense, matando 12 pessoas e ferindo mais de 300. O ataque foi uma resposta à morte de um líder do Hamas, que foi alvo de um atentado atribuído a Israel. Desde então, Israel tem respondido com bombardeios aéreos e terrestres, visando destruir a infraestrutura militar e civil do Hamas, bem como libertar os quatro reféns israelenses que foram capturados pelo grupo. A guerra já causou mais de mil mortes, sendo a maioria de civis palestinos, e mais de 10 mil feridos, além de danos materiais incalculáveis.

A guerra tem gerado uma crise humanitária na Faixa de Gaza, onde cerca de dois milhões de pessoas vivem sob um bloqueio imposto por Israel desde 2007, quando o Hamas assumiu o controle do território. A população de Gaza sofre com a falta de água, energia, alimentos, medicamentos e abrigo, além de estar exposta aos constantes ataques israelenses. Segundo a ONU, mais de 300 mil pessoas foram deslocadas de suas casas e mais de 100 mil estão abrigadas em escolas e mesquitas. A ONU também alertou que a situação de Gaza é insustentável e que há um risco iminente de uma catástrofe sanitária.

Para tentar aliviar a situação, Israel fez um acordo com o Catar, um dos principais aliados do Hamas, para permitir a entrada de medicamentos para os reféns israelenses e de ajuda humanitária para os habitantes de Gaza, graças à mediação do Egito, que tem buscado um cessar-fogo entre as partes. No entanto, o acordo foi condicionado pelo Hamas à suspensão dos ataques israelenses e à retirada das tropas de Israel da fronteira de Gaza. Israel, por sua vez, exigiu o fim dos lançamentos de foguetes pelo Hamas e a libertação dos reféns. Até o momento, nenhum dos lados cedeu às exigências do outro, e a guerra continua sem previsão de fim.

As tensões com o Líbano

Israel também enfrenta tensões na sua fronteira norte, com o Líbano, onde o grupo xiita Hezbollah, apoiado pelo Irã, tem lançado ataques esporádicos contra posições israelenses. Ontem, um míssil antitanque disparado pelo Hezbollah matou dois soldados israelenses e feriu outros três, perto da cidade de Metula. Israel revidou com um intenso bombardeio no vale de Sluki, onde supostamente estavam as bases do Hezbollah. O chefe das Forças de Defesa de Israel, Aviv Kochavi, disse que a probabilidade de uma guerra estourar na fronteira norte do país com o Líbano tornou-se “muito maior”.

O Hezbollah é um grupo armado e político que atua no Líbano e na Síria, e que é considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e vários países europeus. O Hezbollah é um inimigo declarado de Israel, e já travou duas guerras com o país, em 2000 e em 2006. O Hezbollah é também um aliado do Irã, o principal rival de Israel no Oriente Médio, e tem apoiado o regime de Bashar al-Assad na guerra civil da Síria. O Hezbollah possui um arsenal estimado em mais de 100 mil foguetes e mísseis, que podem atingir qualquer ponto de Israel.

A tensão entre Israel e o Hezbollah aumentou nos últimos meses, devido à crescente influência do Irã na região e à instabilidade política no Líbano, que enfrenta uma grave crise econômica, social e institucional. Israel tem realizado ataques aéreos contra alvos do Hezbollah e do Irã na Síria, buscando impedir o fortalecimento militar desses grupos e a transferência de armas sofisticadas para o Líbano. O Hezbollah, por sua vez, tem ameaçado retaliar esses ataques e defender o Líbano de qualquer agressão israelense. O cenário é de alta volatilidade e de risco de uma escalada de violência.

A disputa jurídica internacional

Israel também está envolvido em uma disputa jurídica internacional, na Corte Internacional de Justiça, em Haia, onde a África do Sul acusa o país de cometer genocídio contra o povo palestino em Gaza. A África do Sul, que tem o apoio de países islâmicos, da Liga Árabe e da América Latina, alega que Israel viola a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, de 1948, ao praticar atos de extermínio, tortura, perseguição e transferência forçada de população. Israel, que tem o apoio dos Estados Unidos, da União Europeia e de outros países ocidentais, rejeita as acusações e diz que se defende de ataques terroristas do Hamas, que usa civis como escudos humanos. As audiências sobre o caso começaram na quinta-feira (11) e devem durar até o dia 25 de janeiro.

A Corte Internacional de Justiça é o principal órgão judicial da ONU, e tem como função resolver disputas entre Estados e emitir pareceres sobre questões jurídicas de interesse internacional. A Corte não tem poder de impor sanções ou de executar suas decisões, mas conta com a autoridade moral e o prestígio de seus juízes, que são eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança da ONU. A Corte já julgou casos envolvendo Israel no passado, como o da construção do muro de separação na Cisjordânia, em 2004, e o da declaração de independência do Kosovo, em 2010.

O caso atual é considerado o mais grave e o mais complexo já enfrentado pela Corte, pois envolve acusações de genocídio, o crime mais hediondo do direito internacional. O caso também tem implicações políticas, diplomáticas e humanitárias, pois pode afetar o processo de paz entre Israel e os palestinos, bem como a situação de Gaza. O caso também pode gerar uma divisão na comunidade internacional, entre os países que apoiam Israel e os que apoiam os palestinos. O resultado do caso é incerto e pode demorar anos para ser anunciado.

A crise interna

Além dos conflitos externos, Israel também enfrenta problemas internos, como a crise política, econômica e social causada pela pandemia de Covid-19, que já matou mais de 20 mil pessoas no país e deixou mais de um milhão de desempregados. O governo de coalizão do primeiro-ministro Naftali Bennett, que assumiu o poder em junho de 2023, após 12 anos de Benjamin Netanyahu, tem enfrentado dificuldades para implementar medidas de combate à doença, como o passaporte verde, o lockdown e a vacinação. O país também tem sido palco de protestos de vários setores da sociedade, como os ultraortodoxos, os árabes-israelenses, os ativistas pelos direitos humanos e os opositores do governo.

Os ultraortodoxos, que representam cerca de 10% da população de Israel, são um grupo religioso que segue rigorosamente as leis e os costumes judaicos, e que se opõe à integração na sociedade secular. Eles têm resistido às medidas de restrição impostas pelo governo para conter a pandemia, alegando que elas violam sua liberdade religiosa e seu modo de vida. Eles têm realizado manifestações violentas, queimando lixeiras, bloqueando ruas e atacando policiais e jornalistas. Eles também têm se recusado a vacinar seus filhos, contribuindo para o aumento dos casos de Covid-19 entre a comunidade.

Os árabes-israelenses, que representam cerca de 20% da população de Israel, são os descendentes dos palestinos que permaneceram em Israel após a criação do Estado, em 1948. Eles têm uma situação de cidadania ambígua, pois gozam de direitos civis e políticos, mas sofrem discriminação e marginalização. Eles têm se manifestado contra a violência de Israel contra os palestinos em Gaza, e contra as políticas de segregação e de colonização de Israel na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Eles também têm reivindicado mais igualdade e justiça social, e mais representação no governo e nas instituições.

Os ativistas pelos direitos humanos são um grupo diverso de pessoas que defendem os direitos e a dignidade de todos os seres humanos, independentemente de sua nacionalidade, religião, etnia, gênero ou orientação sexual. Eles têm denunciado as violações de direitos humanos cometidas por Israel contra os palestinos em Gaza, como os ataques indiscriminados, os assassinatos seletivos, os bloqueios, as demolições e as detenções arbitrárias. Eles também têm apoiado as iniciativas de paz e de diálogo entre israelenses e palestinos, e de boicote e de sanções contra Israel, como forma de pressionar o país a mudar sua conduta.

Os opositores do governo são um grupo heterogêneo de pessoas que criticam a gestão do primeiro-ministro Naftali Bennett, que lidera uma coalizão frágil e instável, composta por oito partidos de diferentes ideologias e interesses. Eles têm questionado a capacidade do governo de lidar com a crise sanitária, econômica e de segurança, e de garantir a estabilidade e a soberania de Israel. Eles também têm acusado o governo de trair os valores e os princípios do sionismo, do judaísmo e da democracia, e de se submeter aos interesses de grupos minoritários e de potências estrangeiras.

Israel hoje é um país em guerra e em crise, que busca a paz e a segurança, mas que também enfrenta muitos obstáculos e adversidades. Israel é um país que tem uma história e uma cultura ricas e complexas, que refletem a diversidade e a pluralidade de seu povo e de sua fé. Israel é um país que tem um papel e uma responsabilidade importantes no cenário mundial, que envolvem desafios e oportunidades. Israel é um país que precisa de sabedoria e de coragem para enfrentar seus problemas e para construir seu futuro.


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