Mais guerras e mais vigilância não podem ajudar
Como previsto e relatado anteriormente, os terroristas que participaram de um ataque sem precedentes no centro de Paris, matando mais de 100 e ferindo centenas de outras pessoas, eram bem conhecidos das agências de segurança francesas antes do ataque ocorrer.
O Daily Mail do Reino Unido informou em seu artigo, “Caça aos assassinos do ISIS: Um terrorista identificado como ‘jovem francês conhecido das autoridades’ – outros dois encontrados com passaportes sírios e egípcios“, que:
Um dos terroristas envolvido nos ataques de ontem à noite em Paris foi oficialmente identificado como um parisiense, de acordo com relatos da mídia local.
O homem, que foi morto no Bataclan, foi identificado pelas suas impressões digitais e era da vizinhança meridional parisiense de Courcouronnes.
Os relatórios franceses dizem que o homem, que tinha cerca de 30 anos, já era conhecido das autoridades anti-terroristas francesas antes dos ataques da noite passada.
Semelhantemente, em janeiro de 2015, depois do “ataque a Charlie Hebdo”, o qual deixou 12 mortos, foi revelado que as agências de segurança francesas seguiram os criminosos por quase uma década antes, tendo detido pelo menos um terrorista um total de duas vezes, encarcerando-o pelo menos uma vez, acompanharam dois deles no exterior, onde eles haviam treinado com organizações terroristas conhecidas e, possivelmente, lutado ao lado deles na Síria, antes de segui-los de volta ao território francês.
Surpreendentemente, as agências de segurança francesas nunca transferiram os terroristas, alegando que após uma década seguido-os, elas finalmente decidiram encerrar seu caso precisamente pela quantia de tempo necessário para que eles planejassem e executassem seu grand finale.
Mais guerra e mais vigilância não ajudam
Com um cenário semelhante emergindo agora, particularmente na sequência do “ataque a Charlie Hebdo“, onde as agências de segurança francesas conheciam os extremistas, mas não conseguiram detê-los antes da realização de mais um ataque notório, mesmo com poderes de supervisão reforçados, que lhes foram concedidos pela legislação recente, parece que nenhuma quantia de vigilância intrusiva ou guerras estrangeiras deterão um problema terrorista do governo francês que parece se mostrar disposto a não fazer nada para impedir.
O problema não são as leis de imigração da França. As pessoas perigosas estão na França, mas elas estão sendo monitoradas pelas agências de segurança francesas. O problema não é a Síria. Os terroristas deixaram de lutar lá, adquiriram habilidades mortais e filiações antes de voltar para a França, mas igualmente foram rastreadas por agências de segurança francesas. Em vez disso, o problema é que as agências de segurança francesas não estão fazendo nada em relação a esses indivíduos perigosos que conscientemente vivem, trabalham, e, aparentemente, conspiram no meio da sociedade francesa.
Nas próximas horas e dias, o governo francês e seus vários co-conspiradores em sua guerra substituta contra a Síria irá propor um plano de ação que alegam irá conter a ameaça terrorista que a França e o resto da Europa enfrentam. Mas a realidade é, o problema não é algo que o governo francês pode resolver, porque o problema é claramente o próprio governo francês.
O ISIS está por trás dos ataques de Paris, mas quem está por trás ISIS?
Com o então chamado “Estado Islâmico” (ISIS) emergindo por trás do ataque, a pergunta que fica é, quem está por trás do ISIS? Enquanto o Ocidente tentou manter a organização terrorista que possui habilidades quase mitológicas, capazes de sustentar operações de combate contra a Síria, Iraque, o Hezbollah do Líbano, apoio do Irã e, agora, os militares russos – ao mesmo tempo que desempenham em grande escala ataques terrorista notórios em todo o mundo – é claro que o ISIS é o beneficiário do imenso patrocínio do estado de múltiplas nacionalidades.
A ascensão do ISIS foi revelado já em 2007, em entrevistas realizadas pelo jornalista ganhador do Prêmio Pulitzer Seymour Hersh em seu relatório de 9 páginas “O redirecionamento.” As entrevistas revelaram um plano para desestabilizar e derrubar o governo da Síria através do uso de extremistas sectários – mais especificamente, a Al Qaeda – com armas e fundos lavados através do antigo principal aliado regional dos EUA, a Arábia Saudita.
O mais recente relatório da Agência do Departamento de Inteligência (DIA) redigido em 2012 (PDF) admitiu:
Se a situação desvenda que há a possibilidade de estabelecer um principado Salafista declarado ou não no leste da Síria (Hasaka e Der Zor), e é exatamente isso que os poderes de apoio para a oposição querem, a fim de isolar o regime sírio, o qual é considerado a profundidade estratégica da expansão Shia (Irã e Iraque).
O relatório do DIA enumera precisamente quem esses “poderes” de apoio são:
O Ocidente, os países do Golfo e a Turquia apoiam a oposição; enquanto a Rússia, China e o Irã apoiam o regime.
E até hoje, ao simplesmente olhar para qualquer parte dos mapas que detalham o território mantido por várias facções em meio ao conflito sírio, é claro que o ISIS não é um “estado” de espécie alguma, mas uma invasão em andamento que emana do território da Turquia que é membro da OTAN, com seu corredor primário de distribuição cruzando a fronteira turco-síria entre a cidade síria de Ad Dana e a margem ocidental do rio Eufrates, um corredor de abastecimento cada vez mais reduzido.
Na verdade, o desespero exibido pelo Ocidente e seus esforços para derrubar o governo sírio e salvar sua força mandatária que estão agora sendo dizimados pelas operações militares conjuntas síria-russa, é diretamente proporcional a diminuição e estabilidade deste corredor.
Na semana passada, as forças sírias restabeleceram o firme controle sobre o aeroporto militar Kweyris, o qual estava sob cerco durante anos. O aeroporto fica a apenas 32 km do rio Eufrates, e, conforme as forças sírias apoiadas pelo poder aéreo russo trabalham para chegar em direção à fronteira turca ao longo da costa da Síria, constituem uma frente unificada que irá essencialmente isolar o ISIS mais profundamente dentro da Síria definitivamente.
Caso as linhas de fornecimento ao ISIS sejam cortados no norte, a inexplicável capacidade de luta de da organização vai atrofiar. A janela de oportunidade para a “mudança de regime” do Ocidente está fechando rapidamente e, talvez, em um último esforço, a França atolou-se no sangue derramado e corpos destroçados de seus próprios cidadãos sob a janela para evitar que ela se feche para sempre.
A realidade é que a França conhecia os agressores de “Charlie Hebdo”, eles sabiam de antemão os envolvidos no mais recente ataque à Paris, e eles provavelmente sabiam de mais coisas esperando sua própria oportunidade para atacar. Com esse conhecimento, eles estavam perto e não fez nada. Além do mais, parece que em vez de manter a França segura, o governo francês decidiu utilizar esse conhecimento como uma arma deles mesmos contra a percepção de seu próprio povo, para avançar sua agenda geopolítica no exterior.
Se o povo da França quer atacar com força aqueles responsáveis pelos repetidos atentados terroristas dentro de suas fronteiras, eles podem começar com aqueles que sabiam dos ataques e nada fizeram para detê-los, que são também, coincidentemente, as mesmas pessoas que ajudaram a dar origem ao ISIS e ajudaram a perpetuá-lo até hoje.
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Marcelo · 19/11/2015 às 03:38
Seria um caso semelhante a Pearl Harbor ou ao 11 de setembro?
Seria um subterfugio para a realizaçao de uma ofensiva militar, com o apoio da comunidade internacional, visando uma futura tomada dos campos petroliferos da Siria?
Sinceramente, eu nao ponho a minha mao no fogo por esse bando de HIPOCRITAS!!!
Agora, o que me deixa mais perplexo ainda é o fato de os numeros brasileiros serem capazes de dar inveja aos coitadinhos dos franceses (os quais abandonaram a Palavra de Deus faz tempo), e, isso tudo, sem causar qualquer comoçao mundial e nem mesmo nacional.
A quantidade de pessoas que morreram na França é menor do que a quantidade de desaventurados que morrem POR DIA no Brasil. Isso mesmo, POR DIA!!! Veja o que diz a seguinte materia:
http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/07/brasil-teve-em-media-143-assassinatos-por-dia-em-2014.html
O pior disso tudo é ter que suportar a Carabina discursando na reuniao do G 20, no estilo cabra-macho, como a presidente de um pais onde as noticias mostram um imperio de impunidade e corrupçao (de todas as especies: moral, financeira, cultural, etc).
Que moral tem uma ex-guerrilheira pra falar em combate ao terrorismo, se o seu curriculo e sua performance comprovam sua insensibilidade ao sofrimento alheio (os cidadaos brasileiros vivem um verdadeiro terrorismo a cada dia)?
Onde estao os investimentos nas forças de segurança, pra defender o povo brasileiro desses assassinos terroristas das facçoes criminosas? Qual o apoio e a garantia que o Estado proprociona aos profissionais de segurança para lutar nessa verdadeira guerra?
Ao contrario, alem do sucateamento das nossas forças de segurança (nacional e publica), essa ex-guerrilheira abriu as nossas fronteiras para um bando de fanaticos, salvo erro, sem necessidade de levantamento de quem sao essas pessoas e do que faziam em suas patrias?
Por que ela nao olha pro proprio nariz antes de querer cuidar da vida dos outros?
Nossa juventude està morrendo nas drogas e por causa dela, sem direito a comoçao, a nao ser as lagrimas dos proprios familiares indefesos e desgraçados (as verdadeiras vitimas desse crime que parece ser institucionalizado).
Quanto aos generais, que recebem tanto investimento dos nossos impostos (para nos defender dos INIMIGOS da naçao), é de causar revolta suas omissoes e silencio criminoso, diante dessa matança generalizada.
O que dizer das açoes politicas que os militares se submeteram a realizar contra os caminhoneiros desta naçao, os quais nao sao, nem de perto, INIMIGOS da naçao, mas uma classe trabalhadora que transporta as nossas riquezas?
Por que os milico nao vao para os morros e para as bocas de fumo, em apoio aos nossos policiais militares, os quais estao morrendo em uma guerra desigual contra tudo e contra todos (leis, autoridades, midia, idiotas uteis, etc)?
Perdoe-me o desabafo deste brasileiro indignado, mas é bom nòs pormos as barbas de molho, pois, pelo que dizem por aì, o pior ainda està por vir…