Eu tenho visto por aí, canais de direita e seus inscritos tentando defender as infelizes frases do General Mourão sobre a formação antropológica da sociedade brasileira, dizendo que ele apenas utilizou o pensamento do “grande” filosofo brasileiro Roberto Campos. E mesmo que esse tipo de pensamento seja falado em rodas informais de conversa, em botequins, no mercado da esquina, esse pensamento não tem valor nenhum cientifico, é uma generalização que não pode ser comprovada nem por indução, nem por estatísticas, nem por via alguma.
Digo já, que uma defesa de Mourão nesse caso é precária, pelos seguintes motivos:
1– Mourão inicia seu pensamento falando em “Complexo de Vira latas”, ora General, a classe que mais caracteriza o complexo de Vira latas no Brasil, é a dos militares das Forças armadas, historicamente lacaias dos Estados Unidos, fato notório quando Bolsonaro foi aos Estados Unidos bater continência e beijar a bandeira americana.
2 – Se nem mesmo Mourão sabia de quem era originalmente o pensamento que citou, então porque a esquerda deveria saber? Isso só mostra que o legado do tal filósofo não foi tão importante assim. E pitoresco é ver comentador de internet, que não tem 20 anos falar em Roberto Campos, como se ele o estivesse estudado como disciplina na escola secundária.
A verdade é que Roberto Campos apesar te ter feito o curso de filosofia em Seminário católico, se notabilizou mais em economia e na carreira política. E como político e economista, sempre esteve mais ligado ao pensamento direitista, ou seja, Mourão utilizou pensamentos de alguém que estava afinado com sua própria escola de pensamento, isso tem o mesmo peso argumentativo de algum esquerdista citar Karl Marx e olha que Karl Marx foi muito maior no ramo!
Então quem foi Roberto Campos? Eis alguns fatos curriculares:
Roberto Campos foi ministro de Governos Militares;
Como economista ajudou a criar o FMI que subjuga os países;
Votou em Paulo Maluf contra Tancredo Neves na redemocratização do país;
Foi um dos idealizadores de Fernando Collor.
Roberto Campos foi um economista da Escola liberal, a favor de privatizações, ligado aos militares, com certeza teria uma vaga de ministro num eventual governo de Bolsonaro e Mourão, até mesmo no lugar de Paulo Guedes, ou seja, utilizar Campos para referendar Mourão é o mesmo que um muçulmano utilizar o corão para referendar sua religião. Esse argumento não é válido!
4 comentários
Michel · 12/03/2019 às 14:56
Prezado,
O detalhe é que antes do FGTS as pessoas eram demitidas com 9 anos de trabalho para não cair na regra da estabilidade…ou seja a estabilidade nunca existiu.Com a criação do FGTS o trabalhador passou a ter um poupança forçada…melhor do que ser demitido aos 9…Sem contar que parte do fundo foi utilizado e ainda é para fomentar a construção civil que gera milhões de empregos (a época houve a criação BNH…)
As pessoas deveriam largar a chupeta das utopias pela bigorna do realismo.
JOSÉ DOMINGOS · 18/03/2019 às 01:00
Como nunca existiu estabilidade, se a estabilidade ainda hoje existe no Funcionarismo público e para os magistrados existe a estabilidade e ainda a vitaliciedade!
Michel · 26/02/2019 às 15:01
Boa tarde prezado,
Ficou faltando algumas informações no artigo:
Roberto Campos criou o FGTS, a zona Franca de Manaus e também o BNDES.
O FMI não foi criado por Roberto Campos, o fundo não obriga nenhum país a pegar emprestado ..
JOSÉ DOMINGOS · 28/02/2019 às 03:44
Sim criou-se o FGTS e perdeu-se a estabilidade que ficou restrita aos funcionários públicos! Eu não escrevi que Roberto Campos criou o FMI, disse que ele foi um dos fundadores! Pegar emprestado é quase uma regra no capitalismo, desde o zelador ao banqueiro, o problema do FMI não é emprestar e se aproveitar disso para implementar sua agenda neoliberal… Soro também é compadre do FMI!