Na questão da Continuidade entre Judaísmo e Cristianismo no começo da Igreja, uma forte polêmica se levantou entre os adeptos de Marcião. Se por um lado os judaizantes queriam continuar com certas práticas da Antiga aliança anuladas pela Graça, por outro os Marcionitas queriam que o Cristianismo abolisse grande parte do Antigo Testamento e até consideravam o Deus do Antigo Testamento um Deus diferente e menor do que o Deus do Novo Testamento.
O Marcionismo como uma espécie de Gnosticismo condenava todo tipo de Matéria. Para os seguidores de Marcião o Universo criado e o próprio corpo humano são prisões do Espírito que precisa se libertar das amarras da matéria. Logo, os marcionitas eram contra a riqueza e a prosperidade material.
Uma das fortes acusações que os Marcionitas faziam contra o Deus do Antigo Testamento é de que o mesmo havia promovido o roubo ao mandar os hebreus despojarem os egípcios na sua saída do Egito. Ireneu de Lion tratou de responder essa acusação e sua resposta foi surpreendente:
Os Egípcios deviam à própria vida aos Israelitas, pois fora o Patriarca José que os salvara da fome. Como “paga”, os egípcios forçaram os hebreus a trabalharem como escravos nas suas grandes construções. Em troca de tudo que os Israelitas fizeram pelos egípcios estes não lhe pagaram e ainda planejaram destruir o povo que escravizaram.
Pelo tanto que os israelitas trabalharam no Egito, eles mereciam estar ricos, portanto, para Ireneu, não há crime se um escravo descobre meios de se libertar e reclamar a porção de riqueza que o trabalhador escravizado ajudou a criar.
Conclusão
Concluímos desse caso, que é uma acusação injusta ou sem fundamento quando teólogos e religiosos hoje em dia, acusam a Teologia da Prosperidade de ser herdeira do Gnosticismo. Como visto, a Prosperidade que inclui a riqueza financeira e até mesmo a saúde corporal era muito mal vista pelos primeiros gnósticos.
A Teologia da Prosperidade é muito mal vista no meio teológico evangélico, mas isso é um grande erro. Hoje em dia, também julgam mal a Teologia do Coaching e até a alcunham de maneira pejorativa como uma Teologia da Prosperidade 2.0. Então saiba mais sobre a nossa visão da Teologia do Coaching acessando o link abaixo:
Referência do artigo Ireneu de Lion x Marcião: Deus é Ladrão? (Prosperidade é coisa boa?)
Justo L Gonzalez. Economia e Fé no início da era cristã. Hagnos
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