Curso Grátis de Expansão da Consciência e inteligência espiritual

Módulo I –  Apresentação do Curso

Curso produzido por José Domingos M Trindade. José Domingos é Bacharel em Teologia e Direito. Agora é coach em formação com Luis Lindner do Instituto Neurocientífico. José Domingos é autor da Série Ramos do Saber e Ateísmo e também do Romance ficcional escatológico: A última Conspiração: A Saga do Anticristo (disponíveis na Amazon).  É autor deste blogue  e também do Canal Foco em Teologia no YouTube.

Este Curso é destinado aos cristãos e também não cristãos que se interessam pelos processos da mente e que desejam conhecimento para entender em que momento da evolução racional a humanidade se encontra agora.

Este formato de Artigo é um modelo grátis do Curso, ou seja, modelo escrito, pois futuramente faremos o modelo em vídeo, com mais recursos tecnológicos e mais interações. No entanto, nesse modelo aqui, já damos todo o embasamento de nossa Teoria que visa o aperfeiçoamento do indivíduo na Obra e vida cristã, tendo como método o próprio fortalecimento do cristão em seus processos psicológicos.

Com os conhecimentos elencados nesse curso, o cristão e o não cristão terão ferramentas epistemológicas que o fortalecerão contra os estados de escassez psicológicas que possam estar enfrentando, como:  crise existencial, ansiedade, falta de propósito na vida, medo do porvir, insegurança financeira, religiosidade exacerbada ou radical, enfim, com esse curso esperamos que você encontre o seu propósito de vida e consiga ser tudo aquilo que Deus planejou para você ser aqui na esfera terrena.

Nosso método adequa os Conceitos de Expansão da Consciência e Inteligência Espiritual com os ensinamentos bíblicos que percorreram toda história da Teologia até os dias atuais. No entanto, na nossa visão sistêmica de Consciência ou de ser humano, outras forças também estão em ação nessa expansão, a saber: Os Sistemas econômicos e as descobertas filosóficas e científicas.

Enxergamos um processo dialético entre essas três forças (religião, economia e ciência) formando ou expandindo a consciência do ser humano. Logo assim, a consciência não seria atemporal ou estática, mas elástica, o que corrobora com a própria plasticidade do cérebro conforme a Neurociência.

Também norteia toda nossa Teoria, o pensamento de Paulo, que afirma: Examinai tudo. Retende o bem.
1 Tessalonicenses 5:21, portanto, pretendemos ficar só com a “parte boa” do chamado conhecimento  secular, aquelas partes que corroboram com a sabedoria bíblica.

O Nosso mapa nessa empreitada é a Teologia, pois foi da Teologia que surgiu a Filosofia Moderna e desta outros ramos do saber como a psicologia, sendo que depois a própria Filosofia acabou influenciando as “Teologias” subsequentes nesse processo dialético.

Por isso, antes de adentrarmos na história da Teologia para mostrarmos a Evolução da Consciência humana, precisamos definir o que seria o termo Expansão da Consciência, de onde surgiu e seus aspectos mais relevantes.

Dica importante: Surgirão links em palavras chaves que levam a outro conteúdo que já está escrito como artigo neste blogue, então, para um melhor aproveitamento deste curso, sugerimos que a final de cada módulo, o aluno percorra o conteúdo indicado nos links e depois retorne ao curso.

 

Módulo II – O que é Expansão da Consciência?

Expansão da Consciência é um termo que está mais ligado às religiões orientais, seria uma evolução do Eu rumo a uma Consciência Cósmica, ou seja, à percepção que todos somos Um ou que o Universo é um conosco.

Nós como Cristãos também podemos e devemos expandir a nossa Consciência, não da maneira panteísta já citada, mas devemos percorrer o caminho para sairmos de um Eu inseguro, egoísta, sem propósito, ansioso, para sermos cristãos com propósito, felizes, com bom ânimo que sabe seu lugar no corpo de Cristo e tendo sempre Cristo como cabeça.

Estarmos unidos em Igreja, é a principal meta da Expansão da Consciência cristã aqui na Terra. Para isso temos que conseguir desenvolvermos os dons que Deus nos deu e principalmente conseguirmos ser Tudo aquilo que nascemos para ser.

Quando não conseguimos desenvolver nossos dons e habilidades natos, acabamos entrando em conflito existencial, fora o fato que provavelmente nesse estado, também estamos sem recursos psicológicos, emocionais e provavelmente financeiros.

Versículos relacionados:

Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.

Provérbios 4:18

Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.

João 16:33

Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.

1 Coríntios 2:16

Etapas da Expansão da Consciência

Segundo José Roberto Marques, um dos maiores Coaches do Brasil, os graus de Expansão da Consciência são:

  1. Concepção familiar
  2. Concepção Planetária
  3. Concepção Galáctica
  4. Concepção Cósmica

Intuímos que chegamos no primeiro grau da Expansão da Consciência (Concepção familiar) no período e com a ajuda da Reforma Protestante. Foi a Reforma Protestante que trouxe a noção de família feliz e unida, como podemos ver aqui em um trecho de  artigo do nosso blogue:

A primeira grande área em que a Reforma do século XVI, exerceu grande influência foi a familiar. Martinho Lutero é considerado o fomentador do modelo de família que se tornou padrão no ocidente, mas que hoje está em declínio. A mentalidade católica na Idade Média, não considerava que criar uma família redundasse em glória para Deus, pois isso era considerado mundano, comum, e, portanto, os fiéis mais devotos deveriam se separar dessas preocupações e concentrar-se em sua ascensão espiritual na escala da experiência cristã.

Na igreja católica as relações sexuais eram vistas como um mal necessário para o propósito da procriação. Os reformadores causaram grande escândalo ao dizer que o sexo também tinha o propósito de prazer e comunhão no relacionamento entre marido e mulher. A imagem de família que recebemos da Reforma é uma família sentada em volta da mesa orando, lendo a Bíblia e cantando, tocando instrumentos, jogando e brincando, a família foi valorizada como propósito de Deus para a vida em comunidade.

A Concepção Planetária ou Global: segundo a visão de José Roberto Marques, essa etapa seria a consciência de uma família global, planetária, com grande consciência ecológica. Notamos essa visão no Concílio do Vaticano II, mas lembrando que antes disso a Igreja Católica tinha uma visão “reacionária” pelo menos dentro da Teologia que se iniciou na Contra – Reforma e no Concílio de Trento.

Não sabermos definir o que seria o Reacionarismo dentro do Processo de expansão da Consciência coletiva, mas podemos fazer uma analogia como o processo de expansão da Consciência a nível individual.

Neste caso, O reacionarismo seria como um retorno à Zona de Conforto mental do indivíduo, quando este tenta fazer mudanças em suas rotinas, quando pretende adquirir novos hábitos de excelência como emagrecer ou fazer um curso, então o cérebro (inconsciente) não aceita e acaba fazendo uma autossabotagem e assim não conseguimos atingir nossos objetivos.

Lembrando que entre a Concepção Familiar e a Concepção Planetária existe uma concepção intermediária que seria o “Patriotismo”.

Concepção Quântica seria uma visão ampliada da visão Planetária, onde o indivíduo se preocupa com as energias vitais e galáticas. A concepção quântica como o próprio nome diz se inicia com as descobertas quânticas na ciência e do próprio Subconsciente na psicologia, e podemos dizer que hoje já adentramos nesse estágio que se evidencia dentro da Teologia com a chamada Teologia do Coaching.

Acreditamos que a última etapa de Expansão da Consciência a (Cósmica), já será com Novos Céus e Nova Terra, só que antes,  haverá uma grande operação do Erro comandada pelo Anticristo que usará a Concepção anterior (Quântica) para um desvencilhamento dos ensinos e comando de Jesus.

Últimas observações nesse tópico: Sou um entusiasta da Teologia do Coaching que muitos críticos chamam de Teologia da Prosperidade 2.0.  O próprio termo Teologia do Coaching foi cunhado por seus críticos, mas se você quiser saber o embasamento bíblico e teológico da Teologia do Coaching acesse o nosso artigo no link a seguir:  Teologia do Coaching o que é?

Mais links que fundamentaram esse Módulo:

Contribuições do Protestantismo para a Civilização Ocidental

Expansão da Consciência por José Roberto Marques (link externo)

Conclusão deste Módulo:

A nossa mente atual é um embaralhado de todas essas etapas da evolução da consciência e é por isso que vivemos em um tremendo estado de confusão que reflete principalmente na falta de prosperidade da maioria da população mundial.

Católicos brigam com evangélicos, católicos brigam com católicos, evangélicos brigam com evangélicos. Não religiosos brigam com religiosos, patriotas brigam com globais, ecologia é vista como coisa do Anticristo e etc e no meio dessa confusão toda, você precisa pagar as contas e não sabe o que fazer, pois você não tem norte para ir e ainda tem raiva de dinheiro como lhe ensinaram erroneamente.

Módulo III – É preciso ascetismo para expandirmos a Consciência e sermos bons cristãos?

Uma das grandes confusões que a maioria dos cristãos fazem é pensar que para sermos bons cristãos e espirituais temos que viver uma vida austera, de privações e não pensar em dinheiro. Mas se nós somos casados, temos filhos, pais, irmãos, amigos e etc, uma das principais maneiras de ajudá-los é através de recursos econômicos.
Todos nós queremos ter uma casa confortável, queremos colocar nossos filhos nas melhores escolas, queremos ter dinheiro para pagar as contas e não ficar preocupados, queremos ajudar nossos pais, irmãos e se possível até amigos.
É claro que não devemos pensar só em dinheiro, mas a prosperidade também é um alvo desejado na expansão da Consciência cristã. Prosperidade não é só dinheiro, Prosperidade engloba diversas áreas da vida do ser humano como: Espiritualidade, Saúde, Casamento, Filhos, Família, Amigos, Filantropia, se uma dessas áreas não está boa na sua vida, então, na verdade você não tem Prosperidade.
Para ficar mais claro nossa ideia aqui nesse tópico lhe faremos uma pergunta: Você preferia fazer como Irmã Dulce ou Madre Teresa de Calcutá e viver uma vida de extremo sacrifício, de dificuldades e escassez ou preferiria ajudar o próximo tendo recursos financeiros para Construir Hospitais, ou em menor escala ajudar o Asilo de Idosos da sua cidade com reformas, leitos novos, mantimentos etc?
Lembrando que se você tiver grandes recursos financeiros para até mesmo fazer parcerias com o Estado na construção de Hospitais, você além de estar ajudando os doentes e necessitados ainda está alavancando a roda da Economia gerando empregos para médicos, enfermeiros, técnicos etc e assim ajudando a família destes também.
É lógico que o modelo de vida de Irmã Dulce ou Madre Teresa é válido e nobre, mas no caso elas optaram por não casarem, não ter filhos etc. Mas nem todos precisam fazer como Paulo (que não casou) ou se fazerem como Eunucos para a entrada no Reino dos Céus. O próprio Paulo aconselhou o casamento para o não abrasamento.
Além do mais, é ordem divina casar e procriar para encher a Terra:

“Deus abençoou Noé e seus filhos: “Sede fecundos, disse-lhes ele, multiplicai-vos e enchei a terra”.

Gênesis 9:1

Link para melhor aproveitamento deste Módulo:  Prosperidade é Bíblica?

Módulo IV – A Plenitude dos Tempos

No Módulo II deste curso, já falamos as etapas nas quais basearemos o nosso conceito de Expansão da Consciência que são:

  1. Concepção familiar
  2. Concepção Planetária
  3. Concepção Galáctica
  4. Concepção Cósmica

No entanto, antes de cada etapa dessa se completar, acontecem marcos importantes dentro de cada uma. Portanto, antes de chegarmos à concepção Familiar, do qual já adiantamos no Módulo I  que é caracterizada pela Reforma através de Martinho Lutero, precisamos citar e desenvolver o conteúdo desses marcos importantes:

Plenitude dos Tempos é um termo Bíblico em que os Teólogos entendem que significa as condições propicias para a chegada do Filho de Deus. (Jesus). Para Jesus vir a esta baixa Terra, trazendo ideias e conceitos direto do Trono de Deus, o mundo precisaria estar preparado para o acolhimento da Sua Palavra de Vida Eterna.

Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,

Gálatas 4:4

Nos Tempos Bíblicos, ou seja, na Idade Antiga, não existia a mentalidade individualista, ou seja, a pessoa fazia tudo para agradar e servir à sua Coletividade, fazia tudo para o Clã ou Tribo. Não existia o “indivíduo” que queria enricar para fazer tudo o que dava na telha, não existia o indivíduo que não queria casar, ou que escolheria não trabalhar, todos tinham que cumprir funções já estabelecidas dentro da Sociedade.

Por conta dessa Mentalidade Coletiva, a linguagem e os atos de Deus eram adaptados à ela.  Na Mentalidade Coletiva, a ofensa a uma pessoa, era uma ofensa contra a própria tribo e vice-versa. Se um membro falhasse, falhava toda a sociedade, e portanto desta maneira, Deus tratou com o povo desta época segundo a Lei de Talião: “Olho por olho, dente por dente”.

Com a corrupção extrema de muitos povos, como os Cananeus, Deus não tinha outra opção a não ser exterminá-los de vez, ainda que a própria Palavra diz que Deus esperou 400 anos antes que a taça dos Amorreus enchesse:

E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia.

Gênesis 15:16

Concluímos, portanto, que o extermínio dos Cananeus que eram povos que praticavam zoofilia, incesto, sodomia, idolatria com sacrifícios dos próprios filhos a seus deuses, e a própria rigidez da lei de Moisés, foram necessárias para que Deus pudesse enviar seu filho vindo de um povo separado, não corrompido por essas práticas.
O que foi exposto acima, nos dá subsídios para entendermos o questionamento e acusações de céticos em dizer e inquirir o  porque que Deus parecia de um jeito no Velho Testamento e de outro no Novo Testamento. Essa aparente incoerência de Deus foi conteúdo de muitas heresias como o Marcionismo que pregava que o deus do Velho Testamento não era o mesmo Deus do Novo Testamento.

Então, quais foram as características que marcaram o inicio da Plenitude dos Tempos?

O Grego como Língua Universal, isso faria com que a Mensagem do Evangelho pudesse ser espalhada por grande parte do mundo.
A Pax Romana – Com Roma dominando muitos povos, estes não poderiam entrar em guerra o que “acalmou” o mundo de então.
As Estradas Romanas – Roma construiu muitas estradas que garantiu acesso às principais cidades da Antiguidade
As próprias Colônias Judaicas em grande parte do mundo o que propiciou a pregação do Evangelho em diferentes partes  principalmente através de Paulo que iniciava suas pregações nas próprias Sinagogas das cidades.
Essas foram as principais características que ajudaram o evangelho a se expandir por todo o mundo, ajudando com que as Palavras de Jesus não ficassem restritas a um pequeno lugar.
Links Recomendados:

Módulo V – Os Pais da Igreja e a Riqueza

Antes de chegarmos no Período da Reforma que é nosso primeiro Marco Representante da Concepção Familiar na Escala de Expansão da Consciência e depois de falar da Plenitude dos Tempos, do qual já abordamos no Módulo anterior, precisamos falar dos pais da Igreja.

Precisamos falar dos Pais da Igreja para mostrar que o Conceito de Salvação dos mesmos se confundia com suas principais preocupações teológicas que eram o combate às heresias advindas principalmente do  judaísmo e do gnosticismo que teve seu principal expoente da época em Marcião.

Vamos citar aqui alguns Pais da Igreja que servem para o nosso intento de mostrar nesse tópico o combate às heresias e o conceito implícito de Salvação que aos poucos foi abarcando também o conceito de Prosperidade à media que mais pessoas ricas entravam para as fileiras da Igreja.

Lembrando que o nosso pensamento e teoria é de sempre defender de maneira bíblica e teológica a Prosperidade, que muitas vezes é criticada erroneamente, principalmente por aqueles que se acham fundamentados, mas que acabam cometendo erros crassos como dizer que a Teologia da Prosperidade é derivada do Gnosticismo, quando é justamente o contrário, a Teologia da Prosperidade nasce justamente para o combate ao Gnosticismo principalmente o de Marcião.

A Ruptura entre Cristianismo e Judaísmo

É óbvio que os primeiros cristãos vieram do judaísmo, Paulo apesar do conhecimento da “Loucura da Cruz” se dizia judeu e algumas vezes até cumpriu seus votos judaicos e assim também os outros apóstolos. Logo não demoraram surgir polêmicas, os judeus cristãos queriam que os novos convertidos também seguissem à Lei judaica principalmente no que concerne à circuncisão. Decidida a querela no Concilio de Jerusalém, a Igreja passa cada vez mais ter membros não judaicos em suas fileiras. E esse pode ser considerado o primeiro motivo da ruptura entre judaísmo e cristianismo. Os outros são:

1 – Os 27 Livros a mais, no chamado Novo Testamento ou Nova Aliança, e isso faz uma grande diferença quer queira ou não, até porque o novo testamento é uma espécie de interpretação ou culminação do Velho.

2 – O Conceito que Jesus é Deus e que o Espírito Santo é uma pessoa, ou seja, antes mesmo da Trindade ser oficializada já havia respaldo bíblico para esses Conceitos.

3 – A grande Comissão, Jesus mandou seus discípulos irem e fazerem discípulos de todas as nações, enquanto que o judaísmo espera que as pessoas se dirijam a Jerusalém.

4 – A pregação de que Jesus é Deus, mas que veio à Terra em forma humana, que morreu e ressuscitou, gerou a necessidade da criação de todo um campo de doutrinas que é a própria Teologia cristã em si.

Clemente de Alexandria – O 1º Teólogo da Prosperidade

Clemente de Alexandria foi um Mestre da Igreja Primitiva que escreveu contra as Heresias. Como Mestres da Igreja que caracterizam esse período, temos em sequência um quarteto mais importante composto por Ireneu de Lião, Clemente de Alexandria, Tertuliano de Cartago e Orígenes de Alexandria. Esses Mestres tinham a preocupação de Sistematizar doutrinas cristãs contra o Gnosticismo que nessa época também já estava muito sistematizado.

Podemos dizer que o objetivo maior de Clemente de Alexandria era convencer os pagãos intelectuais que o Cristianismo não era uma Religião absurda como diziam seus inimigos. Sua Obra mais famosa nesse sentido apologético é sua “Exortação aos pagãos”.

No entanto, é sobre a visão que Clemente tinha das Riquezas e da Prosperidade que queremos tratar nesse Artigo. A época de Clemente, já adentrando no século III da nossa Era é caracterizada por grande adesão de pessoas da classe média e alta ao Cristianismo. Essa adesão já acontecia pouco a pouco na história da igreja, mas na época de Clemente ela já está bem consolidada devido ao trabalho de apologistas anteriores como Justino o Mártir. Obs: Essa época é anterior à Constantino.

Clemente como representante da Escola de Alexandria cuja as origens chegavam até o judeu Fílon, trabalhava muito com a Interpretação Alegórica das Escrituras. Para Clemente o Texto Sagrado contém Alegorias com mais de um sentido. Quem fica apenas com o sentido literal fica como menino que só bebe leite e nunca chega a ser adulto.

Foi usando sua interpretação alegórica que Clemente deu um novo sentido às Palavras mais fatais de Jesus contra a Riqueza que está na passagem do Jovem Rico. Clemente escreveu um tratado sobre esse assunto intitulado: “Quem é o Rico que será Salvo”?

Na Igreja primitiva a Salvação estava muito atrelada à questão da riqueza, principalmente por causa do “repartir dos bens” que vigorou fortemente durante esse período da Igreja. Nesse período a riqueza material não era muito bem vista e os ricos ficavam muito desesperados quando se deparavam com essa passagem do Jovem Rico e as interpretações que muitos religiosos antes de Clemente davam sobre ela.

Vamos à passagem de Mateus 19.16-30:

E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho;Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus.E, outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.Os seus discípulos, ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá pois salvar-se?E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.Porém, muitos primeiros serão os derradeiros, e muitos derradeiros serão os primeiros.Mateus 19:16-30

O principal norte de Clemente em seu tratado é que o caminho da Salvação não está totalmente fechado aos ricos, e o que conta acima de tudo, é o amor a Deus. É preciso salientar também para aqueles que acham que Clemente era condescendente,  que ele batia muito forte naqueles que bajulavam os ricos, vejamos suas palavras sobre isso:
“Aqueles que concedem falas elogiosas sobre os ricos parecem-me ser justamente julgados não só como bajuladores e subservientes (…) eles entorpecem ainda mais, inflando a mente dos ricos com os prazeres dos elogios extravagantes, e fazendo com que eles desprezem totalmente todas as coisas, exceto a riqueza, por conta da qual são admirados”.
No entanto, se a bajulação não é a atitude apropriada para com a riqueza, a condenação da mesma é pior ainda. Portanto, a melhor atitude para com os ricos, não é o insulto, nem a bajulação mas mostrar que a salvação deles é possível mas que exigirá alguma disciplina para isso. Esse é o propósito do trabalho de Clemente nessa área.

Vamos às próprias falas de Clemente em seu Tratado sobre à Passagem do Jovem Rico

Ele (Jesus) não propõe, como alguns concebem de imediato, que ele jogue fora a essência do que possui ou abandone sua propriedade; mas propõe que ele desarraigue de sua alma as noções que tem sobre a riqueza, sua emoção e seu sentimento mórbido em relação à ela, e também as ansiedades – os espinhos da existência que afogam a semente da vida.
Clemente vai dizer que o fato de o Jovem rico apenas se livrar de sua propriedade não seria algo tão especial, pois muitos filósofos da Antiguidade fizeram isso como os epicureus e cínicos. O que Jesus ordena ao jovem rico não é o ato exterior que outros fizeram , mas algo mais indicado por esse ato, o desarraigamento das paixões da própria alma.
Clemente prossegue com seu raciocínio e diz que se as palavras de Jesus fossem para ser interpretadas literalmente, então não poderíamos obedecer a seus mandamentos sobre a doação e o compartilhar, pois aqueles que não têm nada não podem alimentar os famintos e nem vestir os nus.
Se devemos dar a quem pedir, conforme ordenado pelo Senhor, como podemos fazer isso se nada for nosso? argumenta Clemente de Alexandria. Os bens e as posses não são em si mesmos maléficos ou benéficos, pois não passam de ferramentas cujo o malefício ou o benefício estão nas mãos de quem os manuseiam.
Para Clemente a Salvação não depende de coisas externas, pois é possível livrar-se de tudo o que se tem e anda continuar cobiçando poder e riquezas. É possível que o pobre seja permeado por vícios que, caracteristicamente pertence ao rico.
No entanto, não podemos taxar o pensamento de Clemente apenas como condescendente com a Riqueza, o seu conselho para uma pessoa que ama a riqueza a ponto de ela se tornar um obstáculo em sua vida é muito claro: “Abandone-a, odeie-a, renuncie e fuja dela.

Ireneu de Lion x Marcião: Deus é Ladrão? (Prosperidade é coisa boa?)

Na questão da Continuidade entre Judaísmo e Cristianismo no começo da Igreja, uma forte polêmica se levantou entre os adeptos de Marcião. Se por um lado os judaizantes queriam continuar com certas práticas da Antiga aliança anuladas pela Graça, por outro os Marcionitas queriam que o Cristianismo abolisse grande parte do Antigo Testamento e até consideravam o Deus do Antigo Testamento um Deus diferente e menor do que o Deus do Novo Testamento.

O Marcionismo como uma espécie de Gnosticismo condenava todo tipo de Matéria.  Para os seguidores de Marcião o Universo criado e o próprio corpo humano são prisões do Espírito que precisa se libertar das amarras da matéria. Logo, os marcionitas eram contra a riqueza e a prosperidade material.

Uma das fortes acusações que os Marcionitas faziam contra o Deus do Antigo Testamento é de que o mesmo havia promovido o roubo ao mandar os hebreus despojarem os egípcios na sua saída do Egito. Ireneu de Lion tratou de responder essa acusação e sua resposta foi surpreendente:

Os Egípcios deviam à própria vida aos Israelitas, pois fora o Patriarca José que os salvara da fome. Como “paga”, os egípcios forçaram os hebreus a trabalharem como escravos nas suas grandes construções. Em troca de tudo que os Israelitas fizeram pelos egípcios estes não lhe pagaram e ainda planejaram destruir o povo que escravizaram.

Pelo tanto que os israelitas trabalharam no Egito, eles mereciam estar ricos, portanto, para Ireneu, não há crime se um escravo descobre meios de se libertar e reclamar a porção de riqueza que o trabalhador escravizado ajudou a criar.

Conclusão desse tópico

Concluímos desse caso, que é uma acusação injusta ou sem fundamento quando teólogos e religiosos hoje em dia, acusam a Teologia da Prosperidade de ser herdeira do Gnosticismo. Como visto, a Prosperidade que inclui a riqueza financeira e até mesmo a saúde corporal era muito mal vista pelos primeiros gnósticos.

A Teologia da Prosperidade é muito mal vista no meio teológico evangélico, mas isso é um grande erro. Hoje em dia, também julgam mal a Teologia do Coaching e até a alcunham de maneira pejorativa como uma Teologia da Prosperidade 2.0.

Lactâncio – A mentalidade sobre a Riqueza antes de Constantino.

Lucio Célio Firmino Lactâncio nasceu no Norte da África e foi herdeiro da tradição de escritores dessa região como Tertuliano, Cipriano e Arnóbio. Lactâncio ensinou na cidade de Nicomédia até irromper à perseguição contra os Cristãos em 303 d.C. Após à perseguição trabalhou como Tutor do filho do Imperador Constantino.

Devemos mencionar que nessa época a Igreja cristã já havia crescido muito, já em 251 d.C a Igreja em Roma sustentava 1.500 viúvas e pobres. O Bisbo de Roma era auxiliado por 46 presbiteros, sete diaconos, sete subiáconos e 94 pessoas em postos menores como acólitos, exorcistas, leitores e porteiros.

Toda essa estrutura não podeia mais ser gerida de forma amadora, e para o bispado começou a entrar pessoas cada vez mais versadas em Administração principalmente advindas das classes mais abastadas.

Com Lactâncio, têm-se uma visão cada vez maior que o que importa é o pensamento interior do homem e não o exerior. O sentimento interior era a resposta para aqueles que diziam que “se fosse para ajudar todos os necessitados, eles logo fariam parte deste grupo”.

A resposta de Lactâncio deu foi que “os que já foram chamados a compartilhar o que têm e a ser como uma só pessoa são muitos. Se todos assumissem a responsabildade pelo necessitado, o fardo de cada doador não será pesado”. Assim, os leitores de Lactâncio são persuadidos a continuarem na doação e são assegurados de que isso não diminuirá sua riqueza.

Lactâncio também aconselha a quem tem muitas posses, se privar dos prazeres superfluos e fazer uso desses recursos para ajudar os necessitados.  Apesar de Lactâncio ter sido um grande defensor da Prosperidade, foi em sua época que a prática de doação de esmolas começou a se consagrar como um sistema de Penitência.

Para Lactâncio, os pecados não eram apenas ações, mas também palavras e pensamentos. Como Palavras e pensamentos são dificieis ou quase impossiveis de controlar, o cristão deveria sempre estar em atos de continua bondade como a doação de esmolas.

Conclusão desse Módulo sobre os Pais da Igreja e Prosperidade

Nesse Módulo sobre os Pais da Igreja, aprendemos que os mesmos a principio tinham a preocupação de emancipação do Cristianismo frente ao Judaismo. Outra preocupação fora o combate as heresias, principalmente a de Marcião que enxergava na Matéria a origem de todos os males.

Nesse começo de Cristianismo, não se tinha, ou não era tema de debates a Salvação pela Graça, que só viria muito tempo depois a partir de Lutero. Nesse período a Salvação já estava impicita no repartir dos bens, a chamada Konoinia.

Por outro lado à medida que a Igreja crescia e atraia também gente cada vez mais abastada para a suas fileiras, a Parabola do Jovem Rico, que pregava toda a distribuição de bens, precisou ser reinterpretada e cada vez mais subjetivada, como fez principalmente Clemente de Alexandria.

A Igreja muito grande, cada vez mais burocratizada, precisou de bispos cada vez mais qualificados intelectuamente em suas fileiras, para a organização das doações e dos trabalhos da mesma, lembrando que esses bispos muitas vezes também doavam seus bens.

Por outra lado, com uma interpretação cada vez mais subjetiva das passagens que tratavam da riqueza na Bíblia, a maneira de se apagar pecados como pensamentos impuros e palvras torpes, foi através de doações de esmolas que será deturpada durante a Idade Média na questão das Indulgências.

Portanto, nesse curso de Expansão da Consciência, é importante notar que a Palavra de Deus não muda, mas a Interpretação da mesma muda, conforme nova exigência de Novos tempos, como demonstrado aqui com esses exemplos do Crescimento da Igreja, da entrada de Ricos nela e da subjetividade em relação ao Pecado.

E essa mudança de Interpretação faz parte do próprio crescimento que Deus nos proporciona rumo a ser um com ele. No próximo Módulo, passaremos tratar da Igreja sobre a batuta de Constantino.

Módulo VI – A Era Constantiniana e a Mudança de Paradigma

Após a perseguição aos cristãos, o Imperador Constantino se converte ao cristianismo e muda o rumo da história da Igreja. Com a liberdade de culto e o apoio do Império, a Igreja experimenta um crescimento exponencial, atraindo cada vez mais fiéis e acumulando riquezas. Essa nova realidade, porém, traz consigo novos desafios e questionamentos, impactando diretamente a Expansão da Consciência cristã.

A Ascensão do Cristianismo ao Poder:

A conversão de Constantino marca um ponto de inflexão na história do cristianismo. De religião perseguida, a fé cristã se torna a religião oficial do Império Romano, gozando de privilégios e influência política. Essa mudança radical traz consigo uma série de consequências, tanto positivas quanto negativas.

Pontos Positivos:

  • Fim da Perseguição: A liberdade religiosa assegurada por Constantino põe fim aos anos de perseguição, permitindo que os cristãos professassem sua fé abertamente e sem medo.
  • Expansão da Igreja: Com o apoio do Império, a Igreja se expande rapidamente, construindo templos, fundando mosteiros e disseminando a mensagem cristã por todo o Império.
  • Influência Política: O cristianismo passa a exercer influência direta sobre as decisões políticas do Império, moldando leis, costumes e valores.

Pontos Negativos:

  • Mundanização da Igreja: A aproximação com o poder político leva a uma crescente mundanização da Igreja, afastando-a dos seus princípios originais de simplicidade e desapego.
  • Corrupção: A riqueza e o poder corrompem alguns líderes religiosos, que se preocupam mais com status e privilégios do que com a mensagem do Evangelho.
  • Heresia: A liberdade religiosa também abre espaço para o surgimento de heresias e disputas teológicas, ameaçando a unidade da Igreja.

A Riqueza como um Desafio à Consciência:

Com o crescimento da Igreja, a questão da riqueza e da pobreza volta à tona com ainda mais força. Se antes os cristãos eram perseguidos e viviam na simplicidade, agora a Igreja se depara com a abundância de recursos e a tentação do luxo.

Agostinho de Hipona e a Visão Dualista:

Nesse contexto, surge a figura de Agostinho de Hipona, um dos mais importantes teólogos da história da Igreja. Agostinho propõe uma visão dualista, separando o mundo material do mundo espiritual. Para ele, a verdadeira riqueza reside na busca por Deus e na vida eterna, enquanto as riquezas materiais são passageiras e podem desviar o cristão do seu verdadeiro propósito.

A Esmola como Penitência:

A prática da esmola se consolida como um meio de purificação e penitência. A doação aos pobres passa a ser vista como uma forma de compensar os pecados e garantir a salvação. Essa visão, embora bem-intencionada, acaba distorcendo o verdadeiro sentido da caridade e criando um sistema de desigualdade.

Conclusão do Módulo:

A Era Constantiniana marca uma profunda mudança na história da Igreja e na Expansão da Consciência cristã. A ascensão ao poder político e a acumulação de riquezas trazem consigo novos desafios e dilemas. A figura de Agostinho de Hipona se destaca nesse período, propondo uma visão dualista que valoriza a busca por Deus acima das posses materiais. A prática da esmola se consolida como forma de penitência, mas também abre espaço para distorções e desigualdades.

Módulo VII – A Era Medieval e o Feudalismo: Introspecção e Controle

Com a queda do Império Romano e a ascensão do feudalismo, a Europa mergulha em um período de instabilidade política e social. A Igreja Católica se torna a principal instituição de poder, exercendo forte influência sobre a vida das pessoas. Nesse contexto, a Expansão da Consciência cristã assume características introspectivas, com foco na salvação individual e no temor a Deus.

A Igreja como Centro do Universo:

Durante a Idade Média, a Igreja Católica domina o cenário político, social e cultural. A vida religiosa permeia todos os aspectos da sociedade, desde a educação até a organização social. A Igreja se torna o centro do universo para a maioria das pessoas, ditando valores, normas e comportamentos.

O Feudalismo e a Descentralização do Poder:

O sistema feudal, caracterizado pela descentralização do poder e pela relação de vassalagem, fragmenta a Europa em diversos feudos. A Igreja, no entanto, mantém sua unidade e influência, atuando como mediadora entre os senhores feudais e os camponeses.

A Introspecção e o Temor a Deus:

A Expansão da Consciência cristã na Idade Média se volta para dentro, com foco na salvação individual e no temor a Deus. A vida terrena é vista como um vale de lágrimas, uma preparação para a vida eterna. A arte medieval retrata santos e mártires, inspirando devoção e penitência.

O Monasticismo e a Busca pela Perfeição Espiritual:

O monasticismo floresce durante a Idade Média, atraindo homens e mulheres em busca de uma vida dedicada à oração, à contemplação e ao trabalho manual. Os mosteiros se tornam centros de cultura e espiritualidade, preservando o conhecimento e transmitindo a fé cristã.

A Escolástica e a Racionalização da Fé:

A partir do século XI, surge a Escolástica, um movimento intelectual que busca conciliar a fé cristã com a razão. Filósofos como Tomás de Aquino desenvolvem complexos sistemas teológicos, buscando explicar os mistérios da fé através da lógica e da argumentação.

Conclusão do Módulo:

A Era Medieval é um período de grande introspecção e controle religioso. A Igreja Católica exerce forte influência sobre a vida das pessoas, ditando valores, normas e comportamentos. A Expansão da Consciência cristã se volta para dentro, com foco na salvação individual e no temor a Deus. O monasticismo, a Escolástica e a arte medieval refletem essa busca pela perfeição espiritual e pela compreensão dos mistérios da fé.

Módulo VIII – A Reforma Protestante: A Individuação da Fé e a Ascensão da Classe Média

No século XVI, a Reforma Protestante liderada por Martinho Lutero quebra a hegemonia da Igreja Católica, inaugurando uma nova era na história do cristianismo. A Reforma desafia as doutrinas e práticas da Igreja Católica, enfatizando a salvação pela graça, a autoridade da Bíblia e a liberdade individual. Esse movimento tem um impacto profundo na Expansão da Consciência cristã, marcando a ascensão da classe média e a valorização do trabalho e da prosperidade.

O Questionamento da Autoridade Papal:

Martinho Lutero, monge agostiniano, inicia a Reforma Protestante questionando a autoridade do Papa e a venda de indulgências. Lutero defende que a salvação se dá pela graça de Deus, através da fé em Jesus Cristo, e não por méritos próprios ou práticas religiosas.

A Centralidade da Bíblia:

A Reforma Protestante enfatiza a centralidade da Bíblia como fonte única de autoridade religiosa. Lutero traduz a Bíblia para o alemão, tornando-a acessível a todos os fiéis. A leitura e a interpretação individual das Escrituras passam a ser incentivadas, promovendo uma maior participação dos fiéis na vida religiosa.

A Liberdade Individual e a Ética do Trabalho:

A Reforma Protestante valoriza a liberdade individual e a responsabilidade pessoal. Lutero defende que cada indivíduo é responsável por sua própria salvação e que o trabalho é uma vocação divina. Essa visão impulsiona a ética do trabalho e a ascensão da classe média.

A Reforma e a Família:

Como mencionado no Módulo II, a Reforma Protestante impacta a visão de família, promovendo a ideia de um lar centrado no amor, na educação religiosa e na comunhão entre seus membros. A família passa a ser vista como um espaço sagrado, abençoado por Deus.

O Impacto na Expansão da Consciência:

A Reforma Protestante marca uma mudança significativa na Expansão da Consciência cristã:

  • Individuação da Fé: A ênfase na salvação pela graça e na responsabilidade individual promove uma maior autonomia do indivíduo em relação à Igreja.
  • Valorização da Razão: A Reforma incentiva a leitura e a interpretação individual da Bíblia, estimulando o uso da razão na compreensão da fé.
  • Prosperidade como Sinal de Benção: A ética do trabalho e a valorização da prosperidade material como sinal de benção divina ganham força, impulsionando o desenvolvimento econômico.

Conclusão do Módulo:

A Reforma Protestante é um marco na história do cristianismo e na Expansão da Consciência cristã. A quebra da hegemonia da Igreja Católica, a ênfase na salvação pela graça, a centralidade da Bíblia e a valorização da liberdade individual impulsionam mudanças profundas na sociedade, na cultura e na forma como as pessoas vivenciam sua fé.

Módulo IX – O Metodismo: Emoção e Ação Social

No século XVIII, em meio à Revolução Industrial, surge o Metodismo, um movimento de renovação dentro da Igreja Anglicana. Liderado por John Wesley, o Metodismo enfatiza a experiência pessoal com Deus, a santidade de vida e o compromisso social. Esse movimento injeta uma dose de emoção e fervor na fé cristã, impactando a Expansão da Consciência cristã através da ação social e da busca por uma vida mais próxima de Deus.

A Busca por uma Fé Vibrante:

John Wesley, fundador do Metodismo, buscava uma fé mais vibrante e experiencial. Insatisfeito com a frieza e o formalismo da Igreja Anglicana da época, Wesley pregava a importância da conversão pessoal, do testemunho da fé e da busca pela santidade.

A Importância da Emoção:

O Metodismo valoriza a emoção na experiência religiosa. Cânticos, testemunhos e pregações inflamadas despertavam o fervor religioso, levando os fiéis a uma profunda conexão com Deus.

A Santidade como Estilo de Vida:

Wesley pregava a santidade como um estilo de vida, um processo contínuo de transformação pessoal através da graça de Deus. A busca pela santidade se manifestava na vida prática, através de atos de caridade, disciplina pessoal e afastamento do pecado.

Ação Social e Compromisso com os Pobres:

O Metodismo se destaca pelo seu compromisso social. Wesley se preocupava com as condições de vida dos pobres e marginalizados, defendendo a justiça social e a igualdade. O movimento metodista se envolve em diversas iniciativas sociais, como a criação de escolas, hospitais e orfanatos.

O Impacto na Expansão da Consciência:

O Metodismo traz novas perspectivas para a Expansão da Consciência Cristã:

  • Fé Experiencial: A ênfase na experiência pessoal com Deus e na emoção religiosa torna a fé mais viva e próxima da realidade das pessoas.
  • Ação Social: O compromisso social e a busca pela justiça social se tornam parte integrante da vida cristã, expandindo a consciência para além da esfera individual.
  • Santidade Prática: A santidade deixa de ser um ideal abstrato e se torna um objetivo prático, um processo de transformação pessoal que impacta a vida cotidiana.

Conclusão do Módulo:

O Metodismo surge como um movimento de renovação dentro do cristianismo, injetando emoção, fervor e compromisso social na fé cristã. A ênfase na experiência pessoal com Deus, na santidade de vida e na ação social amplia a Expansão da Consciência cristã, conectando a fé com a realidade social e com a busca por uma vida mais próxima de Deus.

Módulo X – O Novo Pensamento e a Teologia da Prosperidade: A Mente sobre a Matéria

No final do século XIX e início do século XX, surge o Novo Pensamento, um movimento filosófico e religioso que enfatiza o poder da mente sobre a matéria. Influenciado pelo Transcendentalismo americano, o Novo Pensamento defende que pensamentos positivos podem influenciar a realidade, atraindo saúde, prosperidade e felicidade. Essa visão se infiltra no cristianismo, dando origem à Teologia da Prosperidade.

O Poder da Mente:

O Novo Pensamento prega que a mente humana possui um poder criador. Pensamentos positivos geram vibrações que atraem coisas boas para a vida, enquanto pensamentos negativos atraem infortúnios. A saúde, a riqueza e a felicidade são vistas como resultados da forma como a mente molda a realidade.

A Lei da Atração:

Um dos pilares do Novo Pensamento é a Lei da Atração, que afirma que “semelhante atrai semelhante”. Ou seja, aquilo que você mentaliza e vibra, você atrai para sua vida. Essa lei é aplicada a todas as áreas da vida, incluindo a saúde, os relacionamentos e as finanças.

A Influência no Cristianismo:

A visão otimista e focada na prosperidade do Novo Pensamento encontra terreno fértil no cristianismo, dando origem à Teologia da Prosperidade. Essa teologia prega que Deus deseja a prosperidade para todos os seus filhos e que a fé é a chave para desbloquear as bênçãos divinas.

Críticas à Teologia da Prosperidade:

A Teologia da Prosperidade recebe diversas críticas:

  • Superficialidade: Alguns críticos acusam a Teologia da Prosperidade de ser superficial, focando apenas nos aspectos materiais da vida e negligenciando os ensinamentos mais profundos do Evangelho.
  • Manipulação: Outros críticos apontam que a ênfase na riqueza pode levar à manipulação dos fiéis, que são induzidos a acreditar que a fé pode solucionar todos os seus problemas financeiros.
  • Distorção do Evangelho: Alguns críticos argumentam que a Teologia da Prosperidade distorce a mensagem do Evangelho, transformando Deus em um “gênio da lâmpada” que concede desejos materiais em troca de fé.

O Impacto na Expansão da Consciência:

A influência do Novo Pensamento na fé cristã, principalmente através da Teologia da Prosperidade, traz novas questões para a Expansão da Consciência:

  • Poder da Mente: A ênfase no poder da mente para moldar a realidade coloca o ser humano em uma posição central, desafiando a visão tradicional da soberania divina.
  • Materialismo: A busca pela prosperidade material como principal objetivo da fé pode levar ao materialismo e ao apego aos bens terrenos, desviando o foco da busca por Deus.
  • Individualismo: A ênfase na Lei da Atração pode fomentar o individualismo, levando as pessoas a se concentrarem apenas em seus próprios desejos e necessidades, em detrimento do bem comum.

Conclusão do Módulo:

O Novo Pensamento e a Teologia da Prosperidade trazem uma nova perspectiva para a fé cristã, focando no poder da mente para atrair prosperidade. Essa visão, embora otimista e inspiradora em alguns aspectos, levanta questionamentos importantes sobre a superficialidade, a manipulação e a distorção do Evangelho. A ênfase no poder da mente, no materialismo e no individualismo demanda uma análise crítica e um discernimento cuidadoso para evitar desvios da verdadeira mensagem cristã.

Módulo XI – A Física Quântica e a Lei da Atração: Uma Nova Era de Mistérios

A Física Quântica, com suas descobertas revolucionárias sobre o funcionamento do universo subatômico, abre um novo capítulo na história da ciência e influencia o pensamento em diversas áreas, incluindo a religião. Alguns conceitos da Física Quântica, como o princípio da incerteza e a dualidade onda-partícula, são interpretados como evidências da interconexão entre a mente e a matéria, reforçando a crença na Lei da Atração.

O Princípio da Incerteza:

O princípio da incerteza, formulado por Werner Heisenberg, afirma que é impossível determinar simultaneamente a posição e a velocidade de uma partícula subatômica. Essa descoberta desafia a visão determinista da física clássica, abrindo espaço para a influência do observador na realidade observada.

Dualidade Onda-Partícula:

A Física Quântica demonstra que a luz e a matéria podem se comportar como onda ou como partícula, dependendo da forma como são observadas. Essa dualidade sugere que a realidade não é fixa, mas fluida e influenciada pela consciência do observador.

Interpretações e Extrapolações:

Alguns autores e pensadores extrapolam os conceitos da Física Quântica para além do seu escopo científico, utilizando-os como base para justificar a crença na Lei da Atração e no poder da mente para moldar a realidade. Essa extrapolação, porém, gera controvérsias e debates.

Críticas à Aplicação da Física Quântica à Lei da Atração:

  • Falácia da Composição: Aplicar conceitos válidos para o mundo subatômico ao mundo macroscópico é uma falácia da composição, pois as leis que regem o universo subatômico não se aplicam necessariamente ao mundo macroscópico.
  • Falta de Evidências Científicas: Não há evidências científicas sólidas que comprovem a influência da mente humana sobre a realidade física através da Física Quântica.
  • Mistificação da Ciência: Utilizar conceitos científicos complexos para justificar crenças esotéricas pode levar à mistificação da ciência e à desinformação.

Impacto na Expansão da Consciência Cristã:

A interpretação da Física Quântica à luz da Lei da Atração levanta novos desafios para a Expansão da Consciência Cristã:

  • Ciência e Fé: A busca por pontos de contato entre a Física Quântica e a fé cristã pode gerar um diálogo interessante, mas exige cuidado para evitar distorções e mistificações.
  • Responsabilidade Humana: A crença no poder da mente para moldar a realidade aumenta a responsabilidade humana na construção do próprio destino, sem negar a soberania divina.
  • Visão Holística: A Física Quântica, ao revelar a interconexão de todas as coisas no universo, pode fortalecer uma visão holística da fé, integrando a espiritualidade com a realidade física.

Conclusão do Módulo:

A Física Quântica, com suas descobertas revolucionárias, oferece um novo prisma para a compreensão da realidade. A interpretação desses conceitos à luz da Lei da Atração exige cautela e discernimento, evitando extrapolações e mistificações. O diálogo entre ciência e fé pode ser enriquecedor, desde que se preserve a integridade de ambas as áreas.

Módulo XII – A Teologia do Coaching: Empoderamento e Ação Transformadora

A Teologia do Coaching, também chamada de “Teologia da Prosperidade 2.0” por seus críticos, surge como uma nova vertente dentro do cristianismo, incorporando conceitos do coaching, da psicologia positiva e da neurociência para promover o desenvolvimento pessoal, a liderança e a prosperidade integral.

Foco no Potencial Humano:

A Teologia do Coaching enfatiza o potencial humano para alcançar seus objetivos e realizar seus sonhos. Inspirada na crença de que Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança, essa teologia incentiva a descoberta e o desenvolvimento dos talentos e habilidades individuais.

Mentalidade de Crescimento:

A Teologia do Coaching promove uma mentalidade de crescimento, encorajando os fiéis a acreditarem em sua capacidade de aprender, evoluir e superar desafios. O foco se desloca da vitimização para o empoderamento, assumindo a responsabilidade pela própria vida e buscando soluções.

Ação Transformadora:

A Teologia do Coaching não se limita a pregações e teorias, mas incentiva a ação transformadora. Através de ferramentas de coaching, os fiéis são encorajados a definir metas, traçar planos e agir de forma proativa para alcançar seus objetivos.

Críticas à Teologia do Coaching:

  • Autoajuda Disfarçada: Alguns críticos acusam a Teologia do Coaching de ser apenas autoajuda disfarçada de cristianismo, focando no sucesso individual e negligenciando a importância da graça divina.
  • Pragmatismo Excessivo: Outros críticos apontam que o foco em resultados e na eficiência pode levar a um pragmatismo excessivo, esvaziando a fé de seu significado espiritual.
  • Individualismo: Alguns críticos argumentam que a Teologia do Coaching pode fomentar o individualismo, levando as pessoas a se concentrarem apenas em seu próprio sucesso, em detrimento do bem comum.

Impacto na Expansão da Consciência Cristã:

A Teologia do Coaching, com sua visão pragmática e orientada para resultados, traz novas reflexões para a Expansão da Consciência Cristã:

  • Ação e Responsabilidade: A ênfase na ação e na responsabilidade individual pode fortalecer a participação dos fiéis na construção de um mundo melhor.
  • Desenvolvimento Integral: A busca pela prosperidade integral, abrangendo as áreas física, emocional, espiritual e material, pode levar a uma vida mais plena e equilibrada.
  • Espiritualidade Prática: A Teologia do Coaching pode contribuir para uma espiritualidade mais prática, conectando a fé com a vida cotidiana e com a busca por significado e propósito.

Conclusão do Módulo e do Curso:

A Teologia do Coaching surge como uma nova expressão da fé cristã, incorporando conceitos do coaching para promover o desenvolvimento pessoal e a prosperidade integral. Essa abordagem, embora gere controvérsias, convida a uma reflexão sobre o papel da ação, da responsabilidade individual e da busca por uma vida mais plena e significativa.

Ao longo deste curso, exploramos a Expansão da Consciência cristã através dos tempos, desde seus primórdios até as tendências mais atuais. A jornada da fé cristã é marcada por desafios, transformações e constantes reinterpretações da mensagem do Evangelho. A busca por Deus, a compaixão pelo próximo, a ética do trabalho, a responsabilidade individual e o anseio por uma vida mais próxima de Deus são temas recorrentes que moldam a forma como os cristãos vivenciam sua fé e se relacionam com o mundo.

Em um mundo em constante mudança, a Expansão da Consciência cristã continua sendo um processo dinâmico, desafiador e essencial para a construção de uma sociedade mais justa, compassiva e próspera. A jornada da fé é individual e coletiva, um chamado ao aperfeiçoamento pessoal e à transformação do mundo à nossa volta.


1 comentário

Curso Grátis de Expansão da Consciência e Inteligência Espiritual através da Teologia — Exateus | · 23/07/2022 às 22:19

[…] Curso Grátis de Expansão da Consciência e Inteligência Espiritual através da Teologia — Exate… […]

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