Marcião era originário de Sinope, no Ponto, Ásia Menor. Acredita-se que tenha se mudado para Roma no início dos anos 130. Marcião morreu por volta do ano 160. Em Roma tornou-se empresário de Navegação e ficou rico.
Em Roma, na sua chegada, Marcião fez uma doação à igreja local de 200 mil sectários o que era bastante dinheiro na época. No início Marcião foi bem aceito na igreja romana, mas ao tentar persuadir os irmãos e o clero sobre sua visão religiosa anti-judaica, acabou rompendo e fundando sua própria comunidade religiosa.
A argumento base da Teologia de Marcião era que o Deus do AT não era o mesmo do NT. Justino o Mártir resumiu assim a teoria de Marcião:
Marcião, um homem do Ponto, tão vivo quanto antes, ensinou aqueles que acreditaram nele a honrar um deus diferente, maior que o criador: e esse homem motivou, com a ajuda desses demônios, muitas pessoas de cada nação a proferir blasfêmias, negando o Deus que fez este Universo e professando que outro, um maior que ele, fez coisas maiores.
Para Marcião de Sinope, o Deus do AT deveria ser visto como inferior, até mesmo mau, à luz da concepção cristã de Deus. Marcião propôs que Jesus não tinha nenhuma relação com o Deus do Antigo Testamento e que não deveria ser considerado o “Messias” enviado por esse Deus dos hebreus.
Ao contrário, Jesus era o enviado de um Deus desconhecido, caracterizado pelo amor e não pelo ciúme e agressividade. Ireneu de Lyon descreve Marcião como tendo afirmado que o Deus do israelitas é o criador de coisa malignas e se regozija com as guerras, é inconstante e se comporta de maneira incoerente.
Tertuliano diz que Marcião propôs dois deuses de graus diferentes: um juiz duro e belicoso; o outro, gentil e moderado, afável e supremamente bom”.
Marcião e o Gnosticismo
Há várias conexões entre Marcião e o Gnosticismo. A intersceção entre as duas correntes se encontra especialmente na forte avaliação negativa que Marcião tinha do mundo e do Criador deste. Mais especificamente Marcião também era docético pois depreciava o lado histórico e humano de Jesus Cristo de Nazaré.
Referência do Artigo Marcião de Sinope
Heresia. Uma História em defesa da Verdade. Alister MacGrath
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